Os partidos políticos democráticos da Guiné-Bissau projectam para os próximos dias 30 de Novembro e 01 de Dezembro mais uma vaga manifestações públicas, nas ruas de Bissau, para regatar os valores da democracia guineense. O anúncio vem na sequência da última manifestação feita em Bissau
O aviso da segunda vaga de manifestação pacífica foi tornado público, esta quinta-feira (23), durante um comício que os partidos realizaram, em Bissau, para anunciar a nova estratégia para pressionar o presidente da república cumprir o acordo de Conacri. O comício juntou militantes e apoiantes dos partidos políticos congregados no espaço.
Domingos Simões Pereira, líder do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo-Verde (PAIGC), convida o povo a não ter medo de ser livre e desta forma lutar pelo resgate dos valores democráticos.
“Na quinta e sexta-feira da próxima semana iremos convocar maior manifestação da história da Guiné-Bissau. Que seja uma manifestação puramente pacífica mas que irá resgatar valores da liberdade e da democracia definitivamente. Não existe honra maior para um ser humano do que, realmente, colocar a sua vida em linha para resgatar as nossas liberdades, e os valores democráticos”, afirma.
Segundo Simões Pereira o povo guineense não deve ter receios e medo de ser livre, porque “nenhum povo deve ter medo de ser livre porque no dia que isso acontecer a sua vida de nada vale”.
A situação dos migrantes que estão a sofrer situações desumanos e até de assassinato na Líbia também mereceu o repúdio do líder dos libertadores.
Nuno Gomes Na Bian, do APU-PDGB, diz que é chegada a altura dos políticos deixarem de fomentar divisões na Guiné-Bissau e começar a usar desafios de ideias e de projectos.
“Quero pedir os que fazem política para deixarem a religião em paz porque ela serve para nos educar e para educar a sociedade. Os que querem fazer política, então que venham para o campo da política para mostrarmos a verdade e para demonstrarmos as nossas capacidade, ideias e planos para levar a Guiné para frente. Isso é o importante”, defende.
Nuno Na Bian diz estar confiante num amanhã melhor e reafirma a determinação em continuar a marchar apesar do gás lacrimogéneo lançado no primeiro dia da primeira vaga de manifestações.
“Devemos ser cada vez mais forte e demonstrar ao presidente José Mário Vaz que nunca será presidente na Guiné-Bissau. Alguém que renegou o partido que o ajudou a ser presidente, é uma ingratidão que não será perdoado por Deus. Deixamos claro que esta luta já está vencida e iremos continuar até a vitória e ela está a alguns metros de nós”, enfatiza.
Já Agnelo Regala, da União para a Mudança, a marcha vai continuar até o presidente da república tomar decisões para ultrapassar a actual crise política.
“Ele (José Mário Vaz) terá que cumprir o acordo de Conacri conforme o roteiro. Defendemos isso não só para nomear o primeiro-ministro mas porque o roteiro irá nos permitir criar condições para as eleições livres, justas e transparentes”, explica.
Na mesma ocasião os partidos políticos anunciaram que irão se juntar com o Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados que deve marchar no próximo dia sábado sob o lema “mão na caneta” exigindo desta forma a reabertura das escolas públicas. A marcha deve começar em bairro de ajuda e terminará na praça dos heróis nacionais em frente ao palácio da república.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba
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