Financiamento visa apoiar construção de aeroportos e estradas para atrair grande investimento estrangeiro. Entrada de capital angolano nos TACV mais próxima
Angola e Cabo Verde assinaram esta segunda-feira em Luanda um acordo de financiamento de 10 milhões de euros para apoiar a execução de projetos de infraestruturação em curso no arquipélago.
O documento foi rubricado pelos ministros das Finanças de Angola - Armando Manuel, e pela homóloga de Cabo Verde - Cristina Duarte, que chegou à capital angolana para uma visita de trabalho de três dias. No final da cerimónia, Cristina Duarte disse à imprensa que a verba disponibilizada por Angola visa apoiar o Governo de Cabo Verde na execução do seu programa de infraestruturação da economia, nomeadamente a construção, expansão e modernização de seis aeroportos, de quatro aeroportos internacionais, a cobertura do país com uma estrutura rodoviária e de governação eletrónica. "Este nível de infraestruturação começou a colocar por cima da mesa um conjunto de oportunidades de negócios vocacionados para o investimento privado nacional e estrangeiro", referiu a ministra das Finanças e Planeamento de Cabo Verde.
Cristina Duarte sublinhou que o Governo pretende atrair além do investimento privado europeu também o africano e particularmente o de Angola. Relativamente ao investimento angolano, a governante cabo-verdiana referiu que o atual "ainda não é muito significativo", face à falta de condições para ter maior vulto. "Agora é que as grandes oportunidades vão surgir", destacando a segunda vaga de privatizações, nomeadamente da empresa nacional e eletricidade, os estaleiros navais, a concessão da exploração de um aeroporto. "Continuamos a ter imensas oportunidades no setor turístico, infraestruturação de zonas que neste momento foram demarcadas para o desenvolvimento do turismo em Cabo Verde", acrescentou a ministra. No que diz respeito ao interesse de Angola na privatização da transportadora aérea cabo-verdiana TACV, Cristina Duarte disse que desde 2009 os dois Governos têm vindo a manter "conversas" sobre a associação das duas companhias numa lógica de joint-venture. "Porque nós acreditamos que a TACV e a TAAG têm algumas complementaridades. A TACV é uma empresa que tem algumas certificações internacionais, faz parte da CEDEAO, com algum nível de penetração preferencial nesse mercado de aviação e por outro lado a TAAG é uma empresa com uma musculação financeira e uma frota impressionante".
O programa de visita de Cristina Duarte prevê encontros com os administradores do Fundo Soberano de Angola, da Comissão do Mercado de Capitais, do Fundo de Garantia de Crédito, com o governador do Banco Nacional de Angola e uma deslocação à Zona Económica Especial de Luanda-Bengo, em Viana, a cerca de 20 quilómetros de Luanda.
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