O analista guineense Lassana Cassama defendeu uma “presença efectiva” e “uma postura mais firme” da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP) na crise vigente da Guiné-Bissau desde que os militares assumiram o poder no passado dia 26 de Novembro.
Em entrevista telefónica concedida à agência Lusa, o analista considerou que “a CPLP deve ser mais presencial e firme”, ao sublinhar que "neste momento, quem está a dirigir a organização lusófona é o Presidente da República de Transição da Guiné-Bissau, o general Horta Inta-A", empossado na semana passada pelo Alto Comando Militar que anunciou ter derrubado o Presidente Umaro Sissoco Embaló e ter tomado o controlo do país a 26 de Novembro.
Este foi também um dos aspectos salientados hoje pelo chefe do governo português que ao confirmar a realização esta tarde de uma reunião extraordinária da CPLP em Lisboa, qualificou de "muito delicada" a situação da Guiné-Bissau e preconizou que o bloco lusófono salvaguarde o “funcionamento regular” dos seus Estados-membros.
Até ao momento, apesar de a União Africana e da própria CEDEAO terem suspenso a Guiné-Bissau, a CPLP não fez qualquer comentário, nem tomou posição sobre a situação vigente no país.
Algo que o analista Lasssana Cassama lamentou referindo que “a CPLP devia assumir uma postura o quanto antes possível”.
O analista guineense refere contudo que “a CPLP não assume esta responsabilidade, não só histórica, mas também cultural, deixa tudo com a CEDEAO que não faz nada em relação à Guiné-Bissau”.
Referindo-se precisamente ao desempenho da CEDEAO, Lassana Cassama considera que esta organização “não resolve nada", que os seus países-membros "têm interesse em relação à Guiné-Bissau" e que "quando acontece uma situação, cada um começa a jogar em função do seu interesse próprio dentro do país".
O analista mostra-se também muito céptico quanto às eventuais medidas a serem adoptadas na cimeira de chefes de Estado e do Governo da CEDEAO agendada para o dia 14 de Dezembro.
Para Lassana Cassama , a CEDEAO não “terá uma abordagem musculada” dado que o Presidente guineense deposto, Umaro Sissoco Embaló, “teve sempre o respaldo da CEDEAO e de muitos dos Presidentes dos Estados com peso determinante na organização”.

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