As estações emissoras do país, a Rádio Capital FM e a emissora católica guineense, a Rádio Sol Mansi, denunciaram esta quarta-feira, 20 de novembro de 2024, que os seus repórteres foram “brutalmente espancados” pelas forças policiais quando faziam a cobertura da vigília dos estudantes da Escola Superior da Educação-ESE.
Segundo a página da Capital FM consultada pela nossa redação, “o jornalista Carabulai Cassamá, conhecido, pelos seus próximos por Alexandre, foi brutalmente espancado pelas forças policiais e se encontrava sob a observação de médicos numa unidade hospitalar, em Bissau”.
A CFM informou que os polícias que terão espancado o repórter terão apoderado também de um telemóvel e um rádio gravador, que estavam na posse do repórter. Os agressores, de acordo com a rádio, confiscaram igualmente um tripé, que servia de suporte para a produção de imagens.
A Rádio Sol Mansi escreveu também na sua página (Facebook) que o seu jornalista, Turé da Silva, “foi agredido fisicamente” ainda esta manhã por agentes das forças policiais, enquanto realizava a cobertura da vigília organizada pelos estudantes da Escola Superior de Educação.
“Durante a abordagem, o profissional, devidamente identificado com colete visível e crachá de serviço, foi alvo de socos e bofetadas. Além disso, o telefone da Rádio, utilizado para a cobertura, foi confiscado pelos agentes”, denunciou a estação emissora católica.
“A agressão foi iniciada pelo responsável pela operação policial que, ao solicitar o cartão de identificação do jornalista, acusou-o sem fundamento de incentivar a vigília. Outros agentes envolvidos confiscaram o telefone da Rádio, que continha informações essenciais para o trabalho jornalístico”, pode ler-se na página da rádio.
De acordo com o portal da rádio consultado, a direção da Rádio Sol Mansi considerou o incidente “uma grave violação da liberdade de imprensa” e “um abuso de poder que atenta contra os direitos humanos e os princípios democráticos”.
A Rádio exigiu a devolução imediata do telefone confiscado, com a garantia da integridade dos conteúdos nele armazenados, como também a rádio informa que já apresentou um protesto formal ao ministro do Interior e da Ordem Pública, Botche Candé, com conhecimento do primeiro-ministro e do ministro da Comunicação Social, solicitando a abertura de um inquérito para apurar responsabilidades e adotar medidas preventivas.
“Este episódio evidencia a urgente necessidade de garantir as condições seguras para o exercício do jornalismo e proteger os direitos dos profissionais da comunicação social na Guiné-Bissau”, escreveu a rádio, manifestando, neste particular, o seu compromisso com a promoção da paz, da verdade e da informação de qualidade.
Por: Assana Sambú
Conosaba/odemocrata
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