O líder da Coligação Eleitoral PAI – Terra Ranka disse ser este o momento dos guineenses saírem às ruas, em busca de soluções para travar atos que colocam em risco a vida dos cidadãos e os direitos que constam na Constituição da República.
Domingos Simões Pereira falava, hoje, também em nome da Coligação API Cabas Garandi, numa declaração no Facebook em uma das páginas da Juventude Africana “Amílcar Cabral”, horas depois das forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo para dispersar os militantes das coligações API Cabas – Garandi e PAI – Terra Ranka, que estavam prestes a começar contatos públicos com diferentes estruturas de base.
Para Simões Pereira, o ato do atual regime demonstra que este se encontra empenhado por força, e o aviso vai diretamente para o povo guineense.
“Tudo isso tem apenas uma resposta. Agora é a hora de nos mobilizarmos e agora é a hora do povo guineense sair às ruas”, enfatiza.
Domingos Simões Pereira, que falava em nome das duas coligações eleitorais que exigem realização das presidenciais e retorno à normalidade constitucional, denuncia que vários militantes e líderes dos partidos das duas coligações se encontram detidos em lugares incertos.
“Presenciamos a tortura dos nossos colegas. Enquanto estamos a falar, a nossa irmã Joana Kobdé Nhanca está detida porque está apenas a andar no seu país e isso motivou esta sua sentença e não sabemos em que condições está. O nosso camarada, Vicente Fernandes, foi brutalmente agredido por vários elementos que continuavam a agredi-lo na viatura ele foi levado em lugar incerto e não sabemos do tipo de assistência médica que está a precisar. Portanto, temos dezenas de pessoas detidas como é o caso do nosso camarada José Carlos Cá e dois elementos que acompanharam o nosso camarada Baciro Djá”, denuncia Simões Pereira reafirmando que vários elementos continuam detidos em lugar incerto.
Domingos Simões Pereira exige a imediata libertação dos detidos para saberem da gravidade dos seus ferimentos e denuncia que as forças de segurança lançaram gás lacrimogêneo diretamente à cabeça de Califa Seide, líder parlamentar da Coligação PAI -Terra Ranka.
“Confirma-se que a granada de gás lacrimogêneo foi lançada contra a sua cabeça provocando um traumatismo e isso poderia criar a sua morte”, denuncia Simões Pereira reafirmando que existem indícios de que o gás lacrimogêneo lançado está fora de prazo de uso.
Apesar do incidente de hoje, o também líder do PAIGC disse que agora é a vez de reafirmar a intenção de realização de uma marcha no próximo dia 24, para que seja reposta a normalidade constitucional.
“Todos estamos convocados para que no dia 24 saiamos nas ruas, provando que não podemos ser domados”, sustenta.
Domingos Simões Pereira critica a última atividade política que aconteceu, ontem, com a presença do ministro do Interior que se encontrava trajado com uniforme de paramilitares.
“Agora falar com a população é um crime, mas um ministro do Interior que é um político e líder de um partido político pode vestir fardas, ficar em frente à presidência da República e concentrar pessoas do seu partido e falar o que quiser e tudo fica bem porque ele está a aplaudir o presidente da República”, denuncia sustentando que quem não aplaudir o presidente é lançado gás lacrimogêneo.
Domingos Simões Pereira denuncia ainda que se nota a falta de Oxigênio nos Hospitais Públicos do país, o qual está a motivar o registo de várias mortes.
Em várias artérias e ruas de Bissau, pode-se confirmar a presença de forças policiais com casquetes e em frente à sede da APU PDGB, em Bissau, encontrava-se uma equipa de forças de segurança. Um grosso número também foi colocado na estrada de granja e nas ruas que ligam à Pesaak e Chapa de Bissau.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos Camará
Imagem: Internet
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