terça-feira, 31 de março de 2020

INSPETORES DO SEF SUSPEITOS DE ASSASSINAREM IMIGRANTE NO AEROPORTO DE LISBOA



Cidadão ucraniano desembarcou na Portela, no último dia 11, de um voo proveniente da Turquia

Um cidadão ucraniano desembarcou na Portela, no último dia 11, de um voo proveniente da Turquia. Pretendia entrar em Lisboa, mas foi barrado na alfândega do aeroporto pelo Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF) – impedido de entrar enquanto turista.

Decidiu o SEF que o imigrante embarcaria no voo seguinte de regresso à Turquia, mas entretanto o homem terá reagido mal ao impedimento de entrar em Portugal. Foi levado para uma sala de assistência médica, no Centro de Instalação Temporária do aeroporto, onde acabou por ser torturado e morto à pancada, sabe a TVI. Foi alegadamente assassinado por inspetores do SEF. 

A seguir ao crime tentaram ocultar os factos, sem acionar a Polícia Judiciária, cuja secção de homicídios só foi alertada já em sede de autópsia, pelos peritos do Instituto de Medicina Legal de Lisboa.

A TVI também apurou que os sinais de violência no cadáver não deixaram dúvidas. Indiciam que o cidadão estrangeiro foi barbaramente agredido até à morte, inclusive com recurso a pontapés, quando se encontrava incapaz de resistir: na manhã de dia 12, quando foi encontrado em agonia, estava algemado e deitado de barriga para baixo. 

As provas periciais recolhidas não deixam dúvidas sobre a prática de um homicídio, ocorrido em situação de extrema violência – e os suspeitos são elementos do SEF que tinham o cidadão ucraniano à sua guarda.

Antes do crime, chegaram a transportar a vítima ao hospital, acompanhados por um intérprete, alegadamente porque sofrera um ataque de epilepsia. Segundo o relatório médico, o imigrante encontrava-se consciente e falava. Mais tarde, após o regresso ao aeroporto, a vítima foi assassinada numa sala de assistência médica, onde não há câmaras de videovigilância. 

Os inspetores do SEF envolvidos estão sob investigação da PJ de Lisboa, que já apreendeu as imagens de videovigilância do aeroporto dos acessos à sala onde terá ocorrido o crime, e arriscam uma acusação por homicídio qualificado, punível até aos 25 anos de prisão.

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