terça-feira, 31 de março de 2020

JOACINE KATAR MOREIRA

Pedem-me reações à morte do cidadão ucraniano às mãos do SEF no aeroporto de Lisboa. Há muito para dizer sobre o tratamento do SEF dado aos imigrantes ou a todos aqueles que procuram um futuro em Portugal, para si e para os seus, vindos de países menos privilegiados. Para os imigrantes, o SEF é visto como a entidade mais implacável e mais temida, pois faz do seu caráter abstrato e burocrata opressão, feita lei. 

Direi uma coisa que parece absurda, até descuidada, mas acredito que a intenção dos agentes não fosse matar e sim castigar exemplarmente. Torturar exemplarmente. Em geral, e com base no que acontece com a relação entre as minorias étnicas e a polícia, este indivíduo seria depois acusado de resistência e constituído arguido ou expulso. Mas faleceu. Como podiam ter falecido alguns outros ao longo destes anos. Lamento imensamente a morte deste cidadão e presto condolências à sua família e ao povo ucraniano. Ao SEF, não bastam as demissões mas a averiguação cuidada de tudo o que aconteceu e respetivas responsabilidades, bem como devida punição a quem disso faz parte, direta ou indiretamente.

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