As autoridades da Guiné-Bissau reforçaram hoje com um conjunto de medidas a prevenção à pandemia do novo coronavírus, ao mesmo tempo que os preços dos bens de primeira necessidade aumentam nos mercados.
Num comunicado divulgado hoje pelo Governo de Nuno Nabian, nomeado primeiro-ministro pelo autoproclamado Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, na sequência de uma reunião do Conselho de Ministros, foi determinado interditar todos os mercados a nível nacional, excetuando a venda de produtos alimentares.
O Governo de Nuno Nabian decidiu também interditar piscinas e praias e mesquitas, igrejas e outros locais de culto religioso às sextas-feiras, sábados e domingos.
A igreja católica guineense já tinha anunciado hoje a suspensão das missas e todas as atividades, que envolvam aglomeração de pessoas, incluindo ensaios de coro, no âmbito da prevenção à pandemia do novo coronavírus.
O Governo de Nuno Nabian determinou também o encerramento de escolas públicas e privadas, bares, restaurantes e barracas (lugares onde se pode comer e beber).
No comunicado do Conselho de Ministros, o secretário de Estado do Desporto e da Juventude é designado para "encetar negociações com as federações desportivas para a suspensão de campeonatos nacionais e torneios".
O general Umaro Sissoco Embaló anunciou terça-feira o encerramento das fronteiras terrestres, marítimas e aéreas, com "ressalva para questões humanitárias", nomeadamente evacuações médicas, abastecimento de medicamentos e para importações de bens alimentares de primeira necessidade.
O Governo de Nuno Nabian determinou igualmente suspender as reuniões do Conselho de Ministros e instruir a Comissão Interministerial de Acompanhamento e Prevenção do Coronavírus para criar instalações para funcionarem como centros de quarentena em caso de necessidade.
Paralelamente, às medidas de prevenção anunciadas pelas autoridades guineenses os comerciantes começaram a aumentar o preço de bens essenciais, como o arroz (base alimentar dos guineenses), açúcar, óleo, batata e barras de sabão.
O novo coronavírus, responsável pela pandemia da Covid-19, infetou mais de 200 mil pessoas em todo o mundo, das quais mais de 8.200 morreram.
Das pessoas infetadas, mais de 82.500 recuperaram da doença.
O surto começou na China, em dezembro, e espalhou-se já por 170 países e territórios, o que levou a Organização Mundial da Saúde a declarar uma situação de pandemia.
A Guiné-Bissau vive mais um momento de tensão política, depois de Umaro Sissoco Embaló, dado como vencedor das eleições presidenciais pela CNE, ter tomado posse em 27 de fevereiro como Presidente do país, quando ainda decorre um recurso de contencioso eleitoral no Supremo Tribunal de Justiça, apresentado pela candidatura de Domingos Simões Pereira, que alega graves irregularidades no processo.
O autoproclamado Presidente, Umaro Sissoco Embaló, demitiu Aristides Gomes, que lidera o Governo que saiu das legislativas e que tem a maioria no parlamento do país, e nomeou Nuno Nabian para o cargo.
Umaro Sissoco Embaló afirmou que não há nenhum golpe de Estado em curso no país, que não foi imposta nenhuma restrição aos direitos e liberdades dos cidadãos e que aguarda pela decisão do Supremo Tribunal de Justiça.
Conosaba/Lusa
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