Ismael Martins. Foto: ONU/Mark Garten
Embaixador angolano junto à ONU também defende participação da CPLP para ajudar na busca de uma saída para a crise; diplomata prevê novo pronunciamento do Conselho de Segurança sobre a questão guineense.
O embaixador de Angola junto às Nações Unidas, Ismael Martins, disse acreditar que o fim da crise na Guiné-Bissau venha a ser um dos primeiros temas de atenção do novo secretário-geral da ONU. António Guterres inicia funções a 1 de janeiro de 2017.
Falando à ONU News, em Nova Iorque, o diplomata frisou que a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, CPLP, também pode ter uma participação fundamental no processo e falou de focos de tensão na África Ocidental.
Insegurança
"Eu estou em crer que vai ser uma das primeiras crises que o novo secretário-geral vai ter em mãos. Neste momento temos naquela região uma atuação extremamente delicada, de insegurança, de muita fragilidade,como aquilo que se passou na Gâmbia. A Ecowas (Cedeao) acabou de se reunir e pronunciou-se igualmente sobre a situação na própria Guiné-Bissau."
Para Ismael Martins, o fim da crise institucional e política guineense "incumbe primeiro ao próprio povo".
Presidentes
"Eu penso que vai ser necessário o diálogo para convencer o presidente da Gâmbia a cessar e convencer também o presidente atual da Guiné-Bissau a ceder, a dar cumprimento ao que são as constituições no mundo e do Estado."
O diplomata disse que a Guiné-Bissau está entre os temas do Conselho a serem debatidos nos próximos cinco dias, esperando-se um novo pronunciamento do órgão sobre a questão.
Martins disse que o novo secretário-geral, que conhece bem os países como a Guiné-Bissau, "será um dirigente decisivo" para ajudar a nação lusófona.
No fim de semana, líderes da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental, Cedeao, apelaram ao presidente guineense a cumprir o Acordo de Conacri e a todas as partes a respeitar estritamente os princípios do entendimento para o fim da crise.
Conosaba com Eleutério Guevane, da ONU News em Nova Iorque.
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