O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, lamentou hoje, em comunicado, que o Parlamento esteja reunido quando ainda decorrem encontros para resolver a crise ali instalada.
"O Presidente da República vem manifestar total estranheza face ao sucedido e lamenta profundamente que se tenha convocado esta sessão à margem dos esforços tendentes a ultrapassar o diferendo entre as partes em conflito na ANP [Assembleia Nacional Popular]", referiu.
José Mário Vaz promove desde segunda-feira diversos encontros com entidades e dirigentes guineenses.
Em análise está a crise instalada no Parlamento depois de 15 deputados do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) se terem afastado para criar uma nova maioria com a oposição, o Partido da Renovação Social (PRS).
Após dias de impasse, o Tribunal Regional de Bissau ordenou na quarta-feira que os deputados dissidentes acatem as perdas de mandato decididas pela ANP e deixem o Parlamento trabalhar - o que permitiu hoje ao PAIGC apresentar-se hoje com novos parlamentares no lugar dos 15 para aprovar o programa de Governo numa sessão que ainda decorre.
Os 41 deputados do PRS não compareceram e o partido promete reagir em conferência de imprensa.
Entretanto, José Mário Vaz anuncia no comunicado de hoje que vai encerrar as auscultações em curso na sexta-feira, recebendo em audiência os representantes do Corpo Diplomático, Consular e Organismos Internacionais acreditados no país.
O objetivo é encontrar "uma solução política consensual e duradoura, em respeito à Constituição e demais leis da República", conclui o comunicado.
Na última semana, o Governo do PAIGC liderado por Carlos Correia responsabilizou o Presidente da República pela crise política instalada na Guiné-Bissau desde que, em agosto, demitiu o Governo eleito liderado por Domingos Simões Pereira.
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