Bissau, 28 Jan 16 (ANG) - Cerca de duas dezenas de guineenses concentraram-se quarta-feira, na cidade da Praia para manifestar a sua preocupação com a situação política na Guiné-Bissau e apelar para o regresso à ordem constitucional e o fim da instabilidade.
A concentração estava marcada para a Praça do Palmarejo, na cidade da Praia, devendo depois partir em marcha até às instalações do Consulado da Guiné-Bissau na capital cabo-verdiana, mas a fraca adesão à iniciativa levou ao cancelamento da marcha e ao seu reagendamento para outra altura.
Jorge Samba, um dos promotores da iniciativa, explicou que a manifestação visa a demissão do Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, que consideram o principal responsável pela instabilidade política que o país atravessa.
"Estamos a exigir a demissão imediata do Presidente da República porque entendemos que é uma espécie de obstáculo para o desenvolvimento do país", disse Jorge Samba à agência Lusa.
A Guiné-Bissau vive em crise política desde que em Agosto o Presidente da República, José Mário Vaz (PAIGC), demitiu o governo democraticamente eleito do PAIGC liderado por Domingos Simões Pereira, acusando-o de corrupção e falta de transparência.
José Mário Vaz acabou por aceitar um novo executivo, mas a tensão permanece e na semana passada o parlamento foi suspenso por falta de condições de segurança, depois de 15 deputados do PAIGC terem se aliado à oposição para fazer uma nova maioria.
"É uma vergonha nacional. Os guineenses estão um pouquinho envergonhado com a actual situação política na Guiné-Bissau. Um país sempre em sobressaltos que não consegue garantir o mínimo de paz e estabilidade política aos seus cidadãos envergonha qualquer um", adiantou Jorge Samba.
O guineense considerou que a economia estava quase relançada e que o país tinha começado a ganhar alguma credibilidade a nível internacional. "Com a demissão do primeiro-ministro, o país quase entrou novamente em colapso. Tudo foi estancado. Perdemos as expectativas, perdemos a esperança e é por isso que estamos nesta luta", disse.
Jorge Samba disse que o que os guineenses mais receiam é "um levantamento militar à semelhança do que aconteceu em 1998, um novo conflito político-militar". "Demitindo o primeiro-ministro e o governo entramos numa espécie de colapso ou fragmentação da própria estrutura social. É um convite a uma nova crise política e social", acredita a fonte.
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