João Soares da Gama na Assembleia Geral da ONU. Foto: ONU/Amanda Voisard
Representante do país na ONU falou dos limites da comunidade internacional para aguardar entendimento entre políticos; João Soares da Gama defende participação de cidadãos em diálogo em prol da estabilidade.
Eleutério Guevane, da Rádio ONU em Nova Iorque.
O embaixador da Guiné-Bissau junto às Nações Unidas disse que ultrapassar as divergências entre as suas instituições nacionais vai fazer com que o país receba rapidamente os fundos prometidos pelos doadores em 2015.
As declarações de João Soares da Gama foram feitas em entrevista de resumo do ano à Rádio ONU, de Bissau.
Avanço
O diplomata explicou que a falta de aprovação pelos deputados do programa do novo governo liderado pelo primeiro-ministro Carlos Correia, em dezembro, pode ter impacto no avanço guineense.
“Será importante que essas diferenças sejam de facto ultrapassadas no sentido de ser aprovado o programa do governo, que está em forja neste momento, para podermos obter os fundos prometidos aquando da Mesa Redonda de Bruxelas. Teremos de fazer esforços complementares nacionais para que a comunidade internacional entenda que há diálogo, estabilidade e que o governo será capaz de absorver esses fundos jamais prometidos pela comunidade internacional.”
Queda do Executivo
O chefe de executivo guineense foi nomeado em outubro na sequência de dois meses sem governo no país, após a queda do elenco chefiado por Domingos Simões Pereira.
A conferência internacional de abril, onde foram aprovados os fundos para os planos de desenvolvimento guineense até 2020, também foi apoiada pelas Nações Unidas.
“US$ 1,5 bilião é um dinheiro muito importante para o nosso país. A ser implementado, com programas sérios e projetos, seria capaz de transformar de uma vez por todas a Guiné-Bissau com base no plano operacional estratégico Terra Ranka. Espero bem que todos os guineenses contribuam para que haja um entendimento, a paz e um diálogo que deve ser permanente.”
Políticos e Cidadãos
O diplomata disse que o mundo continua a acompanhar a situação política da Guiné-Bissau e que, além dos políticos, os cidadãos guineenses devem contribuir para uma estabilidade permanente.
Para Soares da Gama, os meses sem governo podem ser recuperados se forem removidos obstáculos entre atores políticos locais, que devem ter consciência de que “a comunidade internacional não vai continuar a esperar que se entendam”.
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