Os 26 homens detidos na operação estão sendo actualmente julgados por "libertinagem".
Cairo - "Agora, até em casa temos medo", confessa Hassan Sherif, jovem egípcio gay cujo medo de represálias das autoridades se multiplicou desde a detenção, numa sauna no Cairo, de 26 homens suspeitos de serem homossexuais.
Habituados à discrição em um país onde apenas 3% da população acha que a sociedade deve aceitar a homossexualidade, de acordo com uma pesquisa divulgada em 2013 pelo centro de pesquisas americano Pew, este médico de 32 anos teme que possa ser vítima da repressão contra a comunidade gay.
A "caça às bruxas" se intensificou desde que o ex-chefe do Exército e actual presidente, Abdel Fatah al-Sissi, sucedeu o islamita Mohamed Mursi no poder, em Julho de 2013.
"Vivemos uma angústia e um medo permanentes. Nunca na minha vida isso me aconteceu", continua Sherif, que vive num apartamento no Cairo com seu companheiro e se apresenta com um pseudônimo.
As imagens da última acção policial, divulgada por uma rede de TV privada, que mostram os detidos com roupa íntima, perseguem-no.
Sherif conhecia a sauna, mas nega que ali fossem realizadas "orgias sexuais", como asseguram as autoridades e a imprensa.
Os 26 homens detidos na operação estão sendo actualmente julgados por "libertinagem". A jornalista que filmou a intervenção, Mona Iraqi, vangloriou-se por ter denunciado a sauna à polícia, após descobrir a sua existência numa investigação sobre o HIV.
portalangop
Sem comentários:
Enviar um comentário