O ministro dos Recursos Naturais da Guiné-Bissau, Daniel Gomes, questionou hoje no parlamento a quem é que Angola entregou 13 milhões de dólares para iniciar a exploração do bauxite no leste do país, num processo que envolve o Presidente da República.
Daniel Gomes foi hoje ouvido na Assembleia Nacional Popular (ANP) pela comissão especializada de Recursos Naturais para esclarecer dúvidas levantadas pelo chefe do estado, José Mário Vaz, sobre o processo de exploração de minérios nas areias da praia de Varela, no norte do país.
Além da situação em Varela, o governante fez um ponto de situação sobre o dossiê da mineração de bauxite.
"Ando a discutir com a empresa angolana para que nos esclareça quem é que recebeu os 13 milhões de dólares de bónus de assinatura", afirmou Daniel Gomes.
O atual presidente guineense José Mário Vaz chegou a ser indiciado e detido pela justiça, em 2013, no processo de averiguações relacionado com o alegado desaparecimento do dinheiro.
A empresa Bauxite Angola entregou o dinheiro à Guiné-Bissau enquanto Vaz era ministro das Finanças - cargo que assumiu no governo liderado por Carlos Gomes Júnior, deposto pelo golpe de estado de 12 de abril de 2012.
José Mário Vaz nunca esclareceu em público o que se passou e sempre negou qualquer envolvimento no caso, que continua sob alçada da justiça do país - sendo que, de acordo com a lei, as averiguações sobre a atuação de José Mário Vaz estão suspensas enquanto este ocupar a cadeira de chefe de estado.
Segundo o ministro dos Recursos Naturais, os trabalhos de exploração da bauxite, cujas jazidas se encontram na localidade de Boé, só serão retomados depois de esclarecido o paradeiro dos 13 milhões de dólares.
"Disse aos irmãos angolanos que nós, para prosseguirmos, temos que esclarecer esse ponto número um: Quem é que recebeu esse dinheiro. É muito dinheiro", concluiu Daniel Gomes.
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