“Mantenhas” para a Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau ou para
o Ministério da Administração Territorial, através do GTAPE (Gabinete
Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral)! Começo por vos dizer, nesta
rede pública, que não obstante várias tentativas que fiz para conseguir
recensear-me não foi possível! As razões são de várias ordens que não
merece a pena mencioná-las aqui. O que importa aqui sublinhar é o
seguinte: na mesma situação em que me encontro, estão milhares
de guineenses que também não conseguiram recensear-se. Sou um simples
cidadão que sente o respirar do povo, particularmente neste ninho
chamado diáspora! Não tenho dados oficiais sobre o número exato dos
Guineenses residentes em Lisboa e nem tenho qualquer informação oficial
dos que conseguiram recensear. Gostaria apenas de saber, uma vez
alterada a data do escrutínio, se a CNE já pensou em alargar o prazo de
recenseamento? Ficaria extremamente triste se realmente vier a não
conseguir exercer o meu dever Cívico e poder escolher quem eu entendo
ter o melhor projecto para a Guiné-Bissau. Vamos ao poema:
NÃO ME PEÇAM EXPLICAÇÕES
No romper da aurora,
Fixo o olhar no horizonte,
O sol rasga, lentamente, as nuvens
E prolonga-se a sonoridade
Do macaréu da costa ocidental africana!
E agora, na Diáspora?
Não me peçam explicações...
Poderei não saber responder,
Muito menos explicar
O que se passa na mente dos homens
Da minha terra.
O não saber explicar,
É igual a não compreender.
Explicar razões das coisas
Requer conhecê-las,
Entendê-las,
Compreendê-las.
E eu, que não entendo nem compreendo
Certos homens da minha raça!
Nem os porquês de “kakrismos” exacerbados,
De tantas sublevações ridículas.
Tantas ganâncias, tolices e brutalidades,
Adjetivos que ofuscam a perceção
Das coisas na minha Pátria Amada.
Por isso, não me peçam explicações no presente.
-Diz o povo que o futuro, a Deus pertence.
Um dia falar-vos-ei
Da mansidão dos pelicanos a beira-mar,
Contrastando com o verdejar dos mangais do rio Cacheu,
Do ritmo dos tambores, balafons,
Tínas, corás, cikós...nas noites de luar,
Da beleza da mulher guineense,
Do serpentear do estuário de saltinho,
Da brandura do rio Geba,
Das águas límpidas das praias
De Varela, Bolama e Bubaque.
Falar-vos-ei
Do sabor da manga verde com sal,
De vinho de palma e de cajú,
Do prazer de jogar futebol
Debaixo da chuva grossa,
Do cheiro da terra molhada.
“Di kuntangu di siti ku kombé”,
“Brindji di bagri di Cacheu”.
Falar-vos-ei do carnaval da minha terra,
Da cultura Bijago, Manjaca, Balanta, Felupe...
Falar-vos-ei da importância de Setembro
Para o meu povo.
Falar-vos-ei, com doçura
Da terra que me viu nascer,
Também da hospitalidade do meu povo
Disso, sim entendo,
Compreendo,
Valorizo
E orgulho-me
NÃO ME PEÇAM EXPLICAÇÕES
No romper da aurora,
Fixo o olhar no horizonte,
O sol rasga, lentamente, as nuvens
E prolonga-se a sonoridade
Do macaréu da costa ocidental africana!
E agora, na Diáspora?
Não me peçam explicações...
Poderei não saber responder,
Muito menos explicar
O que se passa na mente dos homens
Da minha terra.
O não saber explicar,
É igual a não compreender.
Explicar razões das coisas
Requer conhecê-las,
Entendê-las,
Compreendê-las.
E eu, que não entendo nem compreendo
Certos homens da minha raça!
Nem os porquês de “kakrismos” exacerbados,
De tantas sublevações ridículas.
Tantas ganâncias, tolices e brutalidades,
Adjetivos que ofuscam a perceção
Das coisas na minha Pátria Amada.
Por isso, não me peçam explicações no presente.
-Diz o povo que o futuro, a Deus pertence.
Um dia falar-vos-ei
Da mansidão dos pelicanos a beira-mar,
Contrastando com o verdejar dos mangais do rio Cacheu,
Do ritmo dos tambores, balafons,
Tínas, corás, cikós...nas noites de luar,
Da beleza da mulher guineense,
Do serpentear do estuário de saltinho,
Da brandura do rio Geba,
Das águas límpidas das praias
De Varela, Bolama e Bubaque.
Falar-vos-ei
Do sabor da manga verde com sal,
De vinho de palma e de cajú,
Do prazer de jogar futebol
Debaixo da chuva grossa,
Do cheiro da terra molhada.
“Di kuntangu di siti ku kombé”,
“Brindji di bagri di Cacheu”.
Falar-vos-ei do carnaval da minha terra,
Da cultura Bijago, Manjaca, Balanta, Felupe...
Falar-vos-ei da importância de Setembro
Para o meu povo.
Falar-vos-ei, com doçura
Da terra que me viu nascer,
Também da hospitalidade do meu povo
Disso, sim entendo,
Compreendo,
Valorizo
E orgulho-me
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