Bissau, 13 Mar 23 (ANG) - O Coordenador do Sistema dos Direitos Humanos das Nações Unidas na Guiné-Bissau disse hoje que o sistema eleitoral guineense está cada vez mais marcado pela desinformação e discursos de ódio, que aumentam os desafios aos quais os Estados e as organizações da sociedade têm de fazer face
Anthony Ohemeng Boamah falava na cerimônia de abertura do ateliê de monotorização de Direitos Humanos no contexto Eleitoral, a decorrer de 13 à 15 de Março, organizado pelo Alto Comissariado das Nações Unidas em parceria com as organizações de Sociedade Civil.
Boamah disse que o evento visa reforçar a capacidade do sistema eleitoral guineense face a monitorização dos Direitos Humanos.
O coordenador mostrou ainda que que esta atividade é apoiado pelo projeto do Fundo de Consolidação da Paz para Direitos Humanos e insere-se num conjunto mais amplo de atividades das Nações Unidas, que visam apoiar a construção de um ambiente favorável para as eleições livres e justas, e a consolidação da paz no país.
Referiu que a Guiné-Bissau está prestes a viver um novo ciclo eleitoral onde todos têm a responsabilidade e papel a desempenhar, para se evitar atos de violência, incluindo retóricas eleitoralistas que instrumentalizam questões étnicas ou raciais.
Por sua vez, em representação do Espaço da Concertação da Sociedade Civil, Silvina Tavares disse que ao longo das últimas eleições a Sociedade Civil tem desempenhado um papel significativo, no sentido de contribuir para um processo eleitoral mais inclusivo, transparente e com maior participação dos cidadãos, através do acompanhamento do processo com monitores no terreno.
Avisou que as próximas eleições representam, um desafio maior para o país, tendo em conta que desde as últimas eleições, tem-se acentuado discursos de ódio, de divisionismo e consequentemente uma maior radicalização dos atores políticos.
Silvina Tavares disse existir um clima de desconfiança entre os atores políticos, séries de violações dos direitos dos cidadãos e de violação das instituições públicas, caso concreto, dos tribunais, cuja a independência é constantemente violada.
“Com o clima que se vive, corre-se o risco das eleições, ao invés de serem um momento de alto democracia, servir de catalisador para conflitos, como já havíamos assistido em outros momentos”, disse.
A Declaração Universal dos Direitos Humanos criada em 1948, através da Assembleia Geral na qual o Estado da Guiné-Bissau faz parte , adotou a declaração sobre Defensores dos Direitos Humanos, como é mais conhecida , 50 anos depois da Declaração Universal sobre Direitos Humanos.
Conosaba/ANG/JD/ÂC//SG
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