quinta-feira, 16 de março de 2023

PR Umaro Sissoco Embaló quer punir adultos responsáveis por crianças que mendigam

Gabú!
Ontem, 15 de Março 2023, o Presidente da República inaugurou, em Cumpanghor, região de Gabu, um centro multidimensional composto por uma escola, vinte e cinco apartamentos, um furo de água, uma mesquita, um armazém e um atelier de corte e costura, financiado pela fundação NASSER ABDALAH AL-KHA.
Este complexo terá um papel importante na melhoria de qualidade de vida da população da região e servirá certamente de local de encontro para as diversas culturas presentes, contribuindo deste modo para uma maior coesão e integração sociocultural da população.

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, quer punir os pais e mestres corânicos das crianças que recorrem à mendicidade nas ruas do país. O chefe de Estado considera "vergonhosa" esta situação e quer medidas urgentes por parte da polícia.

Já quando era primeiro-ministro em 2018, Umaro Sissoco Embalo havia dado sinais de incómodo pessoal com a mendicidade de crianças nas ruas do país. Agora, como Presidente da Guiné-Bissau, Sissoco Embalo parece passar das palavras aos actos.

O chefe de Estado deu uma semana ao novo ministro do Interior, Soares Sambu, para acabar com as crianças em situação de rua. Doravante, disse o Presidente, "a criança que for apanhada na mendicidade e se for a chamada criança Talibé, o pai ou o mestre corânico vai preso pela polícia".

Talibé é uma designação dada às crianças que saem da casa dos pais para Bissau ou para o Senegal com a finalidade de aprender o Corão, mas que na realidade acabam na mendicidade. Acredita-se que uma criança que se tenha sacrificado pelo seu mestre no período da aprendizagem do Corão alcança o paraíso quando morrer.

Embora com muitas críticas de organizações não governamentais e de agências das Nações Unidas, vários mestres corânicos têm nestas crianças a sua principal fonte de sustento, já que os mestres não têm outra actividade que não seja ensinar o Corão às crianças.

Várias organizações têm vindo a denunciar um aumento exponencial de casos de crianças que recorrem à mendacidade na Guiné-Bissau. O Presidente, que é de confissão muçulmana, disse que esta situação "envergonha" os guineenses e "deve acabar". Para Umaro Sissoco Embalo, o lugar das crianças "é na escola".

Conosaba/rfi.fr/pt/






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