sexta-feira, 24 de fevereiro de 2017

REPRESENTANTES DO PODER TRADICIONAL NA GUINÉ-BISSAU QUEREM FIM DA CRISE POLÍTICA

Os régulos da Guiné-Bissau mantiveram encontro, esta sexta-feira, com o presidente da Assembleia Nacional Popular (ANP) para saber da real razão da instabilidade política no país e do funcionamento da casa do povo
O encontro sugerido pelos régulos de todas as regiões do país também juntou alguns conselheiros de Cipriano Cassama.
Durante o encontro Cipriano Cassama ofereceu o regimento da ANP aos régulos como forma de entenderem melhor o funcionamento da Assembleia Nacional Popular.
Na mesma ocasião foi colocada a gravação da sessão de discussão e aprovação de o programa de o governo de Carlos Correia.
Em nome do poder tradicional, o Juiz do povo, Augusto Fernandes, pede os parlamentares para discutirem os documentos que impulsionam o desenvolvimento do país.
Em jeito da resposta, Cipriano Cassamá garante aos régulos que a casa do povo funciona normalmente e critica a actuação dos régulos no inico da crise.
“Estamos disponíveis para ultrapassar a situação. Enquanto servidores do povo não podemos aceitar a existência da guerra. Enquanto representantes do povo onde estavam quando a crise estava prevalente e a quando do derrube do governo de Domingos Simões Pereira?”, Interroga.
Visivelmente emocionado, Cipriano Cassama critica ainda as acusações que dão conta que o parlamento não quer discutir o programa de governação de Umaro Sissoco Embaló. Entretanto, pede o presidente José Mário Vaz a tomar mesmas decisões que tomadas quando o governo de Baciro Djá estava na mesma situação.
“Baciro Djá passou neste circuito, será que ele não foi primeiro-ministro e além disso a nossa situação foi mais difícil. Depois de a comissão permanente recusar o pedido fui ter com o presidente José Mário Vaz e ele disse que Baciro não pode estar por acima da lei. Hoje pessoas devem estar por cima da lei. Mas qual povo pode ser representado com esta injustiça, dois pesos e duas medidas”, critica Cassama que adianta ainda que já tentou marcar encontros com o presidente para falar sobre a situação do país mas nunca chegou a ser recebido.
“Fui ofendido e chamado de incompetente. Se eu não tinha o direito de convocar a sessão para a discussão de o programa de Carlos Correia, agora a lei dá-me o direito de convocar a sessão para o governo de Sissoco? Não estou aqui para agradar ninguém e desafio qualquer partido”, garante.
Cassama acusa ainda José Mário Vaz de não querer a reconciliação nacional porque anda com as suas cadeiras e microfones em todos os actos públicos.
“A última actuação foi durante a conferência para a reconciliação onde acusa a assembleia de ser o guia do problema mas ele (o presidente) sabe que é ele o número um (01) desta crise”.
As acusações de Cipriano Cassama foram ouvidas numa altura em que o governo entra em gestão depois de o parlamento recusar o pedido para o agendamento da sessão para discussão e votação do programa de governação.
Reportagem & Imagem: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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