quarta-feira, 5 de março de 2014

MOÇAMBIQUE: CONFRONTOS ARMADOS PARALISAM VILA DO CENTRO DO PAÍS.


Cheringoma, em Sofala, está praticamente deserta, apósataque do exército para desativar base da RENAMO em Dimba. RENAMO avisa que "está a perder a paciência" e que a paz está em perigo


Confrontos entre o exército e homens armados ligados à RENAMO deixou "deserta" a vila de Cheringoma, na província de Sofala, com o comércio e os serviços públicos encerrados. 

O ataque ocorreu quando o exército tentava "desativar" a base de Dimba, da RENAMO, a cerca de 30 quilómetros de Cheringoma, onde foram vistos chegar dois camiões militares na terça-feira. "Houve um intenso confronto pela madrugada entre militares na base de Dimba", disse à agência LusaAugusto Abílio, um padre católico em Cheringoma. 

Não existe informação sobre vítimas e outros danos do ataque. 

A base de Dimba, ativada pelo antigo movimento na guerra civil (1976-1992), onde se supõem estejam a ser reagrupados os guerrilheiros da RENAMO, acolheu parte dos homens expulsos aquando do assalto e ocupação pelo exército da base de Satjundjira (na serra da Gorongosa), em outubro passado. "Chegaram esta manhã mais quatro carros pequenos com militares", disse à Lusa um morador, que descreveu "um ambiente nunca antes visto", com o comércio, escolas, hospitais e instituições do governo encerrados. Fernando Razão, administrador de Cheringoma, confirmou o ataque, mas remeteu detalhes para mais tarde, por ainda estar a apurar o incidente. 

Na terça-feira, um ataque contra um carro militar, atribuído a homens armados da RENAMO, matou quatro agentes e feriu outros cinco, das Forças da Guarda-fronteira, em Mussicadzi, Gorongosa, centro de Moçambique, disse à Lusa fonte hospitalar. O ataque ocorreu a meio caminho entre Satjundjira e Casa Banana (antigo bastião da RENAMO), quando o comando da Guarda-fronteira fazia o render da força.


António Muchanga, porta-voz da RENAMO, fala em ataques desporpocionados do exército e avisa para o fim da "paciência" da RENAMO, garantindo que, a continuar assim, a situação vai pôr fim à paz em Moçambique.O dirigente do maior partido da oposição pede ainda a presença de observadores internacionais nas negociações com o Governo.

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