O Boeing 777-220ER desaparecido no fim de semana, quando voava entre Kuala Lumpur e Pequim, afastou-se da sua rota e voou a baixa altitude durante quase uma hora depois de ter desaparecido dos radares da aviação civil, revelaram ontem à noite altas fontes militares da Malásia.
A revelação surge após segunda-feira o chefe de estado-maior da força aérea do país ter dito que o voo MH370 fora brevemente detetado nos radares militares e coincidiu com o anúncio do alargamento da área de buscas de forma a incluir, além das regiões previstas no trajecto previsto do aparelho da Malaysia Airlines, quase todo o Golfo da Tailândia, uma maior área do Mar da China do Sul e todo o território da Malásia peninsular, onde se situa Kuala Lumpur, além do Estreito de Malaca onde já decorriam buscas desde o início da semana.
Um fonte militar garantiu que o voo MH370 sobrevoou o Estreito de Malaca cerca das 02.40 da manhã de sábado (18.40 de sexta-feira em Portugal continental), isto é cerca de uma hora depois de ter desaparecido dos radares dos controladores de tráfego aéreo em Kuala Lumpur e no Vietname. "Mudou de rota, baixou de altitude e dirigiu-se para o Estreito", disse à Reuters aquela fonte militar. Todavia, isto não explica porque continua a não ser encontrado qualquer sinal do que terá sucedido em seguida.
O Estreito de Malaca é das vias marítimas mais concorridas do mundo, nele circulando centenas de petroleiros e porta-contentores. Com o comprimento de 800 quilómetros, no seu ponto mais estreito tem apenas 65 quilómetros de largura. Inúmeros recifes e bancos de areia complicam a sua travessia em águas de pouca profundidade, em média na ordem dos 25 metros. A revelação surgida ontem devolve relevância à teoria de uma possível ação terrorista. Por isso, o diretor da CIA, John Brennan, dizia ontem que só pelo facto de "não ter sido feita nenhuma reivindicação" não elimina a hipótese de ato terrorista. Um avião que se despenhasse sobre o Estreito embatendo num navio poderia causar sérios transtornos à navegação num ponto fundamental para o trânsito de mercadorias e combustível da e para a China. Este país, a que pertence o maior número de prováveis vítimas, anunciou a reorientação de dez satélites militares, dotados de equipamento ótico de alta resolução, para a área das buscas.
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