sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Jovens da Guiné-Bissau criticam decisão do Governo para saúde e educação

O presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (Renaj) da Guiné-Bissau, Abulai Djaura, criticou hoje a decisão do Governo de suspender temporariamente a entrada na Função Pública de novos professores e pessoal médico.

Em conferência de imprensa, Djaura considerou que a decisão coloca em causa as necessidades da população guineense, pelo que "deve ser revista".

"A Renaj condena essa decisão do Governo. Estamos a falar de duas áreas que lidam diretamente com a população. A cada ano que passa há técnicos desses dois setores que vão para a reforma ou ficam incapacitados", observou Djaura.

O líder da plataforma que congrega mais de 80 organizações juvenis afirmou que há "muitos centros de saúde fechados por falta de pessoal médico" em várias zonas do país.

Abulai Djaura disse que a mesma situação é verificada em escolas "com poucos professores".

O líder da Renaj frisou que na semana passada, logo depois da decisão do Governo ter sido publicada, os hospitais e centros de saúde estavam quase sem técnicos e notou que as dificuldades serão sentidas nas escolas com o início do ano letivo, em outubro.

"Não se compreende essa decisão do Governo que ao invés de reforçar técnicos está a afastá-los dos setores vitais para a população, sobretudo para as crianças", sublinhou Djaura.

O dirigente juvenil não concorda igualmente com a decisão do Governo de suspender de forma temporária as isenções fiscais e aduaneiras que até aqui eram concedidas às organizações não-governamentais (ONG) e entidades religiosas.

"As organizações da sociedade civil e as religiosas dão apoios diretos à população. Muitas dessas organizações recebem ajudas dos parceiros internacionais. Agora negar benefícios nas alfândegas poderá mexer com a vida da população", defendeu Abulai Djaura.

O dirigente juvenil não aceita o argumento do Governo em como estava a cumprir com orientações do Fundo Monetário Internacional (FMI) ao assumir a suspensão de isenções e alerta para o impacto imediato da situação.

Conosaba/Lusa





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