sexta-feira, 13 de novembro de 2015

"EX-CHEFE MILITAR DA GUINÉ-BISSAU CONTINUA DETIDO APESAR DA ORDEM DE LIBERTAÇÃO" - ADVOGADA

advogada, Ruth Monteiro

O antigo chefe das Forças Armadas da Guiné-Bissau, Zamora Induta, continua detido apesar de existir um acórdão do Supremo Tribunal de Justiça a ordenou a libertação, disse hoje fonte da defesa do militar à agência Lusa.

De acordo com a advogada Ruth Monteiro, Induta ainda não foi libertado por alegada falta de combustível para uma viatura do Tribunal Militar conduzir o mandado de soltura até ao quartel de Mansoa, a 60 quilómetros da capital, onde o vice-almirante está detido.

A advogada considera inaceitável esta justificação do Tribunal Militar, na medida em que, segundo refere, sempre houve combustível para as movimentações dos guardas militares que vigiavam Zamora Induta.



"Durante um mês em que o vice-almirante esteve em casa e impedido de sair por ordens da Promotoria Militar, houve sempre combustível para levar militares e revezar o grupo que estava a guardá-lo, (...) houve combustível para levá-lo para a prisão de Mansoa, só não há combustível para restitui-lo à liberdade", afirmou.

O coletivo de advogados que defende Zamora Induta acredita na justiça para o esclarecimento de todas as acusações que recaem sobre o militar, mas diz já não saber o que fazer para que a ordem do Supremo seja cumprida.

Por outro lado, Ruth Monteiro disse ter recebido, na quinta-feira, uma mensagem por telefone em que os advogados de Induta são ameaçados de morte.

A advogada já deu a conhecer às autoridades judiciais do país o teor da mensagem que disse ser a segunda no espaço de três meses.

Da primeira vez, em setembro, uma outra mensagem ameaçava os advogados de Zamora Induta de que poderiam ser esquartejados e na segunda, agora, diz-se que se devem preparar para morrer.

Na quinta-feira, o Supremo Tribunal de Justiça (civil) aceitou um pedido de 'habeas corpus' interposto pelo coletivo de advogados de Induta, ordenando a sua libertação imediata.

O militar foi indiciado pela promotoria militar, entre outros, de crimes de homicídio, terrorismo contra o Estado e tentativa de subversão da ordem constitucional, na qualidade de alegado mentor de uma suposta tentativa de contragolpe militar ocorrido a 21 de outubro de 2012.

O alegado golpe teria como objetivo destituir os autores de um outro golpe que tinha ocorrido no país no mês de abril do mesmo ano, esse outro liderado pelo então adjunto de Zamora Induta na chefia das Forças Armadas guineenses, general António Indjai.

Lusa/Conosaba

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