sábado, 8 de março de 2014

FUTEBOL: LUÍS FILIPE VIEIRA E BRUNO DE CARVALHO REVOLTADOS E ABANDONAM REUNIÃO DO CONSELHO DE PRESIDENTES DA LIGA PORTUGUESA.



Clubes não se entendem no Conselho de Presidentes e a ruptura no futebol português torna-se cada vez mais irreversível. Já há quem admita que a Liga 2014/15 está em risco.

Caldo entornado na reunião do Conselho de Presidentes da Liga, que decorreu nesta sexta-feira em Fátima e na qual não houve entendimento nas propostas para a reestruturação do futebol profissional português, bem como na insistência do "G18" para que Mário Figueiredo abandone a presidência da Liga de Clubes antecipadamente.
A Liga Portuguesa de Futebol Profissional adiantou, em comunicado, que foi convocada uma Assembleia Geral ordinária, marcada para 11 de junho, com vista à "leitura e deliberação sobre a acta da AG precedente" e para a "eleição dos órgãos sociais da Liga para o quadriénio 2014-2019", no final do mandato de Mário Figueiredo. Porém, o entendimento entre os clubes continua longe de ser alcançado, com Benfica e Sporting, na mesma "barricada", revoltados contra as "posições concertadas".
Numa reunião à qual só faltaram os presidentes de Arouca e Desp. Chaves, Bruno de Carvalho foi o primeiro a abandonar o hotel em que os presidentes se reuniram em Fátima. O presidente do Sporting saiu por uma porta traseira, sem falar aos jornalistas, seguindo-se Luís Filipe Vieira, visivelmente revoltado com o balanço da reunião.
"Não quero compactuar com algumas das coisas que se estão ali a passar. Não são boas para o futebol português. Para bem do futebol, é melhor nem dizer nada. O Benfica não se deve pronunciar sobre o que se está a passar lá dentro. Quem ficou, que assuma as responsabilidades. Por respeito ao futebol, não digo nada. Não vamos andar em posições concertadas com ninguém. Um dia mais tarde, o futuro do futebol português vai ter que passar por Benfica e Sporting. Não vamos andar em guerras, não vale a pena", atirou.
Entre os presidentes que falaram aos jornalistas, José Eduardo Simões alertou que a Liga 2014/15 pode estar em risco. "Há dívida na Liga e há que resolver o problema da liderança da Liga, não só o presidente [Mário Figueiredo] como o presidente da Mesa da Assembleia Geral [Carlos Deus Pereira]. Espero que compreendam a importância de alterar os modelos de gestão e de proceder a um novo 25 de abril para a Liga. Para isso acontecer, há que mudar os protagonistas", vincou.
"O buraco financeiro deve estar perto dos quatro milhões de euros. A Liga está em falência, em ruptura financeira e com salários em atraso internamente. Não estou a ver os clubes a pagarem 250 a 300 mil euros do bolso para que se faça o próximo campeonato", alertou.
Já Carlos Pereira, presidente do Marítimo, revelou que os clubes "não se entendem num único ponto" e que "a demissão do presidente da Liga é um assunto secundário". "Não se consegue chegar a um consenso no objetivo comum. Há vários clubes concertados. Nós trouxemos trabalho feito, do outro lado não há trabalho feito. Estamos a falar de grupos de clubes que se organizam com o objetivo de não discutir o futuro. Próxima época em risco? Não pode estar. Temos que ultrapassar isso", vincou.

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