segunda-feira, 3 de março de 2014

"12 ANOS ESCRAVO" É MELHOR FILME.



O prémio final da noite foi para '12 Anos Escravo', que somou um total de três prémios. 'Gravidade' chamou a si a maior soma de prémios, num total de sete Óscares.
4.55 - '12 Anos Escravo' vence Melhor Filme
Foi bom ver Brad Pitt e Steve McQueen a simbolizar uma aliança produtor/realizador que, afinal, é essencial na gestação de qualquer objecto cinematográfico - para além de qualquer discussão sobre os "melhores" e os "menos bons", gosto de pensar que prevaleceu uma noção positiva, e pela positiva, do cinema e do trabalho cinematográfico. J.L.
... E afinal, um filme de ficção científica não ganha o Óscar de Melhor Filme, e para ficar bem com Deus e o diabo, a Academia divide por dois títulos os prémios de Filme e Realizador, o que não acontecia desde 2005, quando fez o mesmo com "Crash" e "O Segredo de Brokeback Mountain". EB
O oportunismo do filme da escravidão e também o elogio da narrativa clássica consagram-se vencedores - afinal, a Academia continua a dedicar-se ao reconhecimento do politicamente conveniente (12 Anos Escravo). Como se diz, "sem surpresas". Por outro lado, este Óscar contraria queixas de movimentos contrários, em que se vê com perigo o salto de certas histórias e realizadores de cinema para a televisão. Parece-me que a Academia tem de trabalhar um pouco mais para conseguir estimular o seu público alvo - não basta colocar uma estrela da televisão trabalhar para o Twitter e enviar Will Smith, horas atrás reconhecido com o Razzie de pior actor (Depois da Terra), entregar a Steve McQueen e Brad Pitt mais um título na linha da história dos Óscares.F.G.
4.48 - Matthew McConaughey vence Melhor Ator por 'O Clube de Dallas'
Matthew McConaughey surpreendeu-me em "O Clube de Dallas", mas os dois grandes papéis da categoria de Melhor Ator eram os de Bruce Dern em "Nebraska" e Leonardo DiCaprio em "O Lobo de Wall Street". E.B.
4.44 - Cate Blanchett vence Melhor Atriz pelo seu papel em 'Blue Jasmine', de Woody Allen
Woody Allen perdeu o Melhor Argumento Original mas ganhou com Cate Blanchett. E.B.
4.34 - Alfonso Cuarón vence Óscar de Melhor Realizador
Angelina Jolie + Sidney Poitier = star power! J.L.
É, de facto, um triste esquecimento (O Lobo de Wall Street foi silenciado sem nenhuma premiação). Ainda assim, é curioso que Cuarón, carregado de expectativas, agarre o Óscar que Kubrick não chegou a levar com 2001: Odisseia no Espaço. O conservadorismo por onde enveredou Steve McQueen não foi recompensado. F.G.
... E parece mesmo que um filme de ficção científica - mesmo que muito próxima de nós no tempo - vai ganhar os Óscares. EB
4.32 - O tweet de Ellen DeGeneres com a selfie que fotografou foi o protagonista de uma cerimónia que aconteceu em paralelo via virtual (quebrou mesmo o Twitter) - é a Academia a querer um gesto de atualização, esquecendo tratar o tempo que tem de exibição (que já parece demasiado) para fazer do espetáculo a embaraçosa entrega de fatias de pizza pelas estrelas de Hollywood... F.G.
4.26 - Spike Jonze vence Melhor Argumento Original por 'Her - Uma História de Amor'
John Ridley (argumento adaptado) e Spike Jonze (argumento original): a hora e a vez dos narradores - este é um ano de grandes histórias e grandes argumentistas! J.L.
Óscar de Argumento Original/Prémio de Consolação para Spike Jonze e "Her". E.B.
Tudo aponta para que "o Lobo de Wall Street" saia sem um único Óscar. E para que "Gravidade" vá fazer o pleno ou perto disso, se "Golpada Americana" não começar a ganhar prémios em breve. E.B.
4.24 - John Ridley vence Melhor Argumento Adaptado por '12 Anos Escravo'
4.21 - Eu não espero nem exijo, garanto que não, que os Oscars se "submetam" à minha visão dos filmes. E admiro muito, garanto que sim, o filme "Gravidade". Mas não há nada para o "Lobo"?... J.L.
4.17 - 'Frozen' ganha um segundo Óscar com Melhor Canção Original
4.14 - Steven Price dá a 'Gravidade' o Óscar para Melhor Banda Sonora original.
E o grande Thomas Newman ("Ao Encontro de Mr. Banks") perde a sua 11ª oportunidade de ganhar o Óscar de Melhor Banda Sonora. É obra. E.B.
4.11 - Sou dos que pensam que Bette Midler é uma personalidade de fabulosa versatilidade que, por circunstâncias várias, "falhou" uma longa e notável carreira no cinema. Foi bom, por isso, reencontrá-la no palco do Dolby Theater a cantar, intensamente, delicadamente, "The Wind Beneath My Wings". J.L.
4.00 - O segmento 'In Memoriam' estava pronto, montado... Mas hoje chega a notícia da morte de Alain Resnais, figura maior na história do cinema, e ninguém o refere na cerimónia. Só se vem para cá de Ellis Island na hora de premiar filmes em língua estrangeira? N.G.
Ou a Academia "relembra" Alain Resnais em 2015 ou acabará por apagá-lo da sua memória.F.G.
Não havia tempo para incluir Alain Resnais no grupo dos mortos do cinema homenageados? Uma falha desagradável. E.B.
3.59 - Homenagear as personagens de ficção de Hollywood em 2014 resulta nisto: uma sequência de excertos de filmes cheia de artifício, de Avatar aos mais recentes blockbusters com impressionantes superpoderes, enfim, algo próximo de um desejado optimismo e deslumbre em relação à evolução da tecnologia na indústria do cinema (os Óscares de direção artística para O Grande Gatsby e de fotografia para Gravidade serão mais um sintoma disto). F.G.
3.52 - Todos os anos é a mesma coisa. Os Óscares começam a ser entregues a bom ritmo, mas depois a cerimónia abranda e o tempo começa a pesar, sobretudo para quem está a fazer vigília e a tentar ver tudo até ao fim, sem que veja também o raiar da aurora. A produção tem que começar a pensar urgentemente a cortar, encurtar ou dispensar coisas. E.B.
3.44 - 'O Grande Gatsby' ganha o prémio para Direção Artística.
A única maneira de os maus filmes ganharem Óscares é mesmo nas categorias técnicas e secundárias. A prova, "O Grande Gatsby" teve dois. E chega, por favor. E.B.
3.40 - Whoopi Goldberg falou do tempo em que ela esperava poder ver, uma vez por ano, O FEITICEIRO DE OZ. E da ânsia e alegria com que essa espera era vivida. Será que o facto de, agora, podermos ver qualquer filme em qualquer altura... nos faz melhores espectadores? Judy Garland. Pink. "Over the Rainbow". Não tenhamos medo da nostalgia. J.L.
A homenagem aos 75 anos de "O Feiticeiro de Oz", com a presença dos três filhos de Judy Garland só teve o senão de Pink não ter percebido que, numa canção como "Over the Rainbow", menos é mais. E.B.
3.30 - 'Gravidade' vence Melhor Montagem
3.36 - 'Gravidade' vence Melhor Fotografia
Bill Murray "cola" uma homenagem ao seu recentemente falecido amigo e comparsa Harold Ramis na entrega do Óscar de Melhor Fotografia. Curto mas bonito. E.B.
3.20 - Ellen DeGeneres traz alguma da atmosfera de interacção com o público do seu "talk show" para a cerimónia dos Óscares, com a distribuição de pizza na estrelada audiência. Mas não se enganem, está tudo no argumento do espectáculo, só que parece improvisado. E bem. E.B.
3.13 - Lupita Nyong'o vence Melhor Atriz Secundária, em '12 Anos Escravo'. O agradecimento cruzas memórias do sofrimento da escravatura.
Um dos temas nucleares da noite ecoa no belo discurso de Lupita Nyong'o: os filmes fazem-se tanto do artifício das linguagens como das histórias que outros já viveram - e ela não teve medo de o dizer com a comoção que tem na alma. J.L.
O primeiro Óscar politicamente correcto da noite é o de Atriz Secundária. Jennifer Lawrence ("Golpada Americana") ou June Squibb ("Nebraska") teriam sido mais bem premiadas. E.B.
3.09 - 'Gravidade' vence Montagem de Som
Estes Óscares "técnicos" (efeitos especiais, montagem e mistura de som) parecem convergir todos num filme que anseia instalar (na sala grande) uma experiência narrativa que desafie os sentidos e que nos aproxime da ideia infinita de solidão.F.G.
3.07 - 'Gravidade' vence Melhor Mistura de Som
No espaço não há som, mas "Gravidade" ganha dois Óscares respetivos. Três em dez possíveis. E.B.
3.05 - Ellen DeGeneres quer ocupar o tempo reunindo os atores para mais uma selfie inédita - it"s all about me e assim marcha a narrativa dos Óscares. - F.G.
2.55 - Os U2 em palco ao som de 'Ordinary Love', da banda sonora de 'Mandela - Um Longo Caminho para a Liberdade.
Gostei da austeridade acústica dos U2. E da elegância fria com que Brad Pitt os apresentou - por vezes, consegue mais com menos... J.L.
2.49 - 'A Grande Beleza' (Itália) vence Melhor Filme em Língua Estrangeira. Agradece a Fellini, Talking Heads, Maradona e Scorsese.
Totalmente merecido, o Óscar de Melhor Filme Estrangeiro para o brilhante "A Grande Beleza", de Paolo Sorrentino, num ano em que, se a estatueta tivesse sido dada "ex aequo" a este, e a "A Caça", "Omar" e "A Imagem que Falta", não teria chocado. E.B.
O Óscar para A Grande Beleza, que é o mesmo que dizer A Doce Vida de Paolo Sorrentino, é o destino final de um filme encantado pelo próprio sistema formal, desvairando as personagens em direção a uma sátira da elite que se faz em tom publicitário. É suficiente para deslumbrar a Academia. F.G.
2.47 - Pormenor a reter (depois da vitória de GRAVIDADE nos efeitos visuais): de um ponto de vista estritamente industrial, este ano todos os candidatos eram, de facto, excepcionais - GRAVIDADE é o mais abrangente (para todas as idades) e isso poderá trazer-lhe vantagem na recta final... J.L.
Que pena os chamados "Governor Awards" não terem um lugar mais importante na cerimónia (o tempo da emissão não pode ser mais dilatado, é verdade...). Em todo o caso, que pena as nossas televisões não terem dado a devida atenção ao assunto, quando ocorreu (16 Nov. 2013). J.L.
2.37 - '20 Feet From Stardom' vence Melhor Documentário. Darlene Love canta no momento dos agradecimentos. E colhe a primeira grande salva de palmas da noite.
Significativo: um documentário sobre o mundo da música nos EUA (os cantores e cantoras acompanhantes, que ficam em segundo plano, mais precisamente) derrota os documentários políticos e de actualidade em Documentário de Longa-Metragem. E.B.
2.34 - 'The Lady In Number 6' vence Melhor Curta Metragem Documental, filme sobre a mais velha sobrevivente do Holocausto que morreu há poucos dias.
2.31 - 'Helium' vence Melhor Curta Metragem de Imagem Real
2.24 - Karen O (dos Yeah Yeah Yeahs) e Ezra Koenig (dos Vampire Weekend) cantam 'The Moon Song' da banda sonora de 'Her - Uma História de Amor'.
Ainda a música: a encenação/realização da performance de Karen O tinha o contraste da contenção face à exuberância de Pharrell - parece fácil. - J.L.
2.21 - 'Gravidade' vence Melhores Efeitos Visuais.
"Gravidade" ganha o primeiro Óscar possível em dez, o de Melhores Efeitos Visuais. Estava escrito nas estrelas. E.B.
2.15 - 'Frozen' vence Melhor Longa Metragem de Animação.
2.12 - 'Mr. Hublot' vence Melhor Curta Metragem de Animação.
O favorito, da Disney, em Curta de animação, perde para um filme franco-luxemburguês. O favorito em Longa-Metragem de Animação, da Disney, ganha. A Disney consegue nunca perder nos Óscares. E.B.
2.00 - 'O Clube de Dallas' vence o Óscar de Melhor Caracterização. Prémio para Adruitha Lee e Robin Mathews.
1.57 - 'O Grande Gatsby' vence Óscar de Melhor Guarda Roupa. Recebe o prémio Catherine Martin.
"O Grande Gatsby" ganha o Óscar de Melhor Guarda-Roupa. F. Scott Fitzgerald nunca deve sequer ter sonhado com uma coisa destas. E a maquilhagem e as trunfas de "O Clube de Dallas" cometem a proeza de derrotar as de "Golpada Americana" - E.B.
Poderá dizer-se que a produção circense de Baz Luhrmann O Grande Gatsby começou logo por estar destinado ao Óscar de guarda-roupa (embrulhando-se no próprio desfile de brilho e roupa). Por enquanto, a cerimónia permanece morna, não a salvaram Ellen DeGeneres e a cantiga de Pharell. - F.G.
1.50 - Pharell Williams canta em palco o tema 'Happy' da banda sonora do filme 'Gru - O Maldisposto 2'.
Não é uma surpresa, mas a qualidade da realização parece-me altamente sofisticada. O número de Pharrell tinha uma montagem extraordinária, digna de um musical... dos anos 50! - J.L.
1.46 - Se a vitória de Jared Leto, o favorito-vencedor-antecipado para Melhor Secundário, der o mote para o resto da noite, vai ser mais uma muito previsível cerimónia de Óscares. - E.B.
1.40 - Anne Hathaway apresenta prémio para Melhor Ator Secundário. Jared Leto vence pelo papel em 'O Clube de Dallas'. Jared refere a situação presente na Ucrânia e Venezuela. É a primeira intervenção política da cerimónia.
Um nobre esforço de Ellen DeGeneres, que era uma boa "stand up comedian" antes de a meterem num "talk show", mas esta introdução com piadas em redor dos nomeados, dos filmes e do meio do cinema é um formato já muito cansado. - Eurico de Barros (EB)
THAT'S ENTERTAINMENT - será que vamos ter a melhor cerimónia dos últimos anos? O discurso de Ellen foi um primor de ternura dita através das mais cruéis observações... - João Lopes (JL)
1.30 - Começa a cerimónia. Ellen deGeneres é pela segunda vez a apresentadora. Começa por gracejar com o facto de haver nomes que repetem nomeações face ao ano (2007) em que apresentou pela primeira vez os Óscares. E nota que na plateia estão os nomes que inspiraram os filmes 'Filomena' e 'Capitão Phillips'.
Dia triste - os vivos continuam a comemorar a sobrevivência de Hollywood no mesmo dia em que nos deixa Alain Resnais (jamais nomeado neste ciclo de prémios) e os fait divers da passadeira vermelha dominam os olhares (Jennifer Lawrence caiu pela segunda vez). - Flávio Gonçalves (FG)

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