Bissau, 06 out (Lusa) - O Presidente da República da Guiné-Bissau pediu hoje ao primeiro-ministro que reformule a proposta de Governo que apresentou na sexta-feira, anunciou a Presidência em comunicado.
O chefe de Estado, José Mário Vaz, convidou Carlos Correia "a reformular as propostas, quer da estrutura orgânica, quer do elenco governamental", lê-se no documento.
Apesar de o líder do Governo ser outro, o Presidente considera "surpreendente" e "estranho" o surgimento do nome do ex-primeiro-ministro Domingos Simões Pereira na proposta, bem como de "mais de 80% dos membros" do respetivo Executivo, demitido por Vaz a 12 de agosto.
O chefe de Estado considera que voltar a propor os mesmos nomes não ajuda aos "esforços de eliminação das causas que estiveram na origem da grave crise política que pôs em causa o regular funcionamento das instituições".
Na altura, Vaz justificou a demissão com uma quebra de confiança no então primeiro-ministro Simões Pereira e disse suspeitar de ilegalidades praticadas por membros do Governo.
Por isso, convidou hoje Carlos Correia "a ter em conta os fundamentos da demissão do Governo de Domingos Simões Pereira" para reformular a proposta.
Uma comissão parlamentar foi criada para averiguar as suspeitas alegadas pelo Presidente - razão que Vaz também invoca para manter os ex-governantes afastados, por forma a não prejudicar os trabalhos da comissão.
O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que em 2014 venceu as eleições gerais e levou ao poder Simões Pereira e José Mário Vaz, contesta desde a primeira hora a demissão do Governo e acusa o Presidente de não ter tido razões para o fazer.
Para além disso, o partido acusou ainda hoje o chefe de Estado de estar a querer subverter a Constituição, recordando que cabe agora ao primeiro-ministro, Carlos Correia, propor um novo Executivo.
Em resposta, Vaz diz que não tem "nenhuma pretensão de sugerir ou indicar qualquer nome", mas quer uma proposta diferente da que recebeu.
No mesmo comunicado, o Presidente pede ainda um Executivo mais curto - com menos ministérios e secretarias de Estado, mais de acordo "com a realidade económica e financeira do país".
Lusa/Conosaba
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