Os líderes sindicais da Guiné-Bissau disseram à Lusa que o impasse político no país já começa a trazer desânimo aos funcionários públicos com muitos a não comparecerem nos locais de trabalho.
A Lusa abordou quatro líderes sindicais guineenses sobre o facto de o país estar há dois meses sem Governo e sobre qual a repercussão entre a classe trabalhadora.
Todos foram unanimes no apelo para "um rápido entendimento" entre os dirigentes da Guiné-Bissau.
O presidente do Sindicato dos Trabalhadores e Técnicos da Administração Pública (Sintapp), Mário Sucuma Morais, diz que o país não se encontra em greve geral, "mas é como se estivesse".
"Os funcionários públicos estão sem ânimo. Aparecem nos locais de trabalho, mas como não há ministros ou secretários de Estado, é como se não comparecessem, pois não há ninguém para despachar os documentos", afirmou Sucuma Morais.
Laureano Pereira, líder do Sindicato Democrático dos Professores (Sindeprof), referiu que o sistema educativo público poderá ficar bloqueado se o impasse persistir.
"Neste momento não temos um interlocutor direto. Temos muitas situações que deveriam ser resolvidas antes do início do ano letivo, mas dada essa situação de falta do Governo, tudo ficou bloqueado no Ministério da Educação", defendeu Pereira.
A falta de interlocutor a nível do Governo também tem afetado o normal funcionamento do pessoal ligado à saúde pública e à pesca, dizem os presidentes dos sindicatos das duas classes.
João Cá, do Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Mar (Sinamar) e Domingos Sami, do Sindicato Nacional de Tecnicos da Saúde Pública (Sinetsa) pedem "um rápido entendimento" para o impasse político.
"Como pessoal que presta assistência médica somos obrigados a ir todos os dias aos nossos postos de serviço, mas esta situação é já insustentável", defendeu Domingos Sami, referindo-se ao pessoal que trabalha nos hospitais e centros de saúde.
Tanto João Cá como Domingos Sami querem que o Governo seja formado para que possam "continuar a discutir" sobre um conjunto de melhorais que pretendem para os trabalhadores dos setores que representam.
Lusa/Conosaba
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