'Irmão' Macky Sall no arquipélago crioulo para estender cooperação a áreas como energia, pescas, aquacultura ou agronegócios
Os presidentes do Senegal e de Cabo Verde afirmaram esta quinta-feira, na Cidade da Praia, a vontade dos dois países em reforçar "muito mais" as relações bilaterais, consolidando-as e alargando-as ao maior número de áreas possível.
Macky Sall e Jorge Carlos Fonseca, que se assumiram como "irmãos e grandes amigos", falavam aos jornalistas momentos após a chegada à capital cabo-verdiana, cerca das 17:00 locais, do presidente senegalês, que efetua quinta e sexta-feira uma visita oficial a Cabo Verde.
O chefe de Estado cabo-verdiano, salientando que há ainda um "vasto caminho a percorrer em conjunto", apontou áreas em aberto e que podem ser preenchidas, como na reforma do Estado, governação eletrónica, energia, pescas, aquacultura, agronegócios, bem como na questão das comunidades. "Há também o vetor das comunidades, alguns problemas que tentaremos aperfeiçoar e ultrapassar. Há um caminho vasto a percorrer em conjunto", sublinhou Fonseca, aludindo aos cerca de 38 mil cabo-verdianos que residem no Senegal e aos mais de 3 mil senegaleses que vivem em Cabo Verde. O presidente cabo-verdiano realçou que os dois países conhecem-se "muito bem", "amigos desde muito antes da independência" de Cabo Verde (1975) - na luta de libertação colonial portuguesa, Dacar acolheu uma importante base da então guerrilha do PAIGC. "Temos as condições para dinamizar os pilares da cooperação, uma vez que há uma base comum de valores, pois partilhamos os mesmos valores da boa governação, democracia, liberdade e direitos humanos", afirmou.
Macky Sall, por seu lado, reiterou as palavras do seu homólogo cabo-verdiano e manifestou "apoio total" ao desenvolvimento das relações bilaterais, consubstanciada na comitiva de cerca de 40 elementos, entre ministros, deputados e empresários, que o acompanha na deslocação a Cabo Verde. "Pretendemos consolidar as relações históricas entre os dois países, que vão além das de vizinhança, pois existem outras até de parentesco entre cabo-verdianos e senegaleses", defendeu.
À saída do aeroporto da capital cabo-verdiana, Macky Sall foi recebido por cerca de meio milhar de senegaleses, que o saudaram entusiasticamente com bandeiras, danças e gritos com o seu nome, o que levou o presidente do Senegal a sair momentaneamente da viatura oficial para retribuir o acolhimento, gerando a confusão. A visita oficial de Macky Sall, quarto presidente do Senegal em 44 anos de independência - após Leopold Senghor, Abdou Diouf e Abdoulaye Wade - começa quinta-feira e visa analisar as perspetivas de reforço das relações económicas, políticas, diplomáticas, empresariais e de imigração. O programa inclui encontros a sós entre os dois chefes de Estado, uma reunião das duas delegações dos dois países, uma sessão solene no Parlamento cabo-verdiano e entrega das "chaves da cidade", por parte da edilidade praiense, a Macky Sall.
Ponto alto da visita é a entrega mútua de condecorações, com Jorge Carlos Fonseca a agraciar Macky Sall com a mais alta distinção de Cabo Verde, a medalha de 1º Grau da Ordem Amílcar Cabral, e o presidente senegalês a retribuir ao homólogo cabo-verdiano com a maior do Senegal, a Grã Cruz da Ordem do Leão.
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