Bissau (Lusa, 9 de Janeiro de 2014) - O presidente de transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, reconheceu hoje que os cidadãos do país têm “uma imagem negativa” do funcionamento da justiça pelo que diz serem urgentes mudanças.
“A imagem que o cidadão comum tem da justiça da Guiné-Bissau não é das melhores. Nem oferece motivos de satisfação”, sublinhou Nhamadjo num discurso na apresentação de cumprimentos de novo ano por parte de operadores do setor da justiça.
Serifo Nhamadjo afirmou querer esclarecimentos judiciais e castigo para os implicados no “espancamento brutal” do ministro do Estado Orlando Viegas, o assassínio de um cidadão nigeriano e ainda o caso do embarque forçado para Portugal num avião da TAP de 74 sírios com passaportes falsos.
Serifo Nhamadjo quer que tudo isso seja feito “para que os cidadãos voltem a confiar na justiça” da Guiné-Bissau.
O presidente guineense fez um diagnóstico pormenorizado do funcionamento da justiça nos últimos anos, salientando que falta meios de trabalho mas também que existe um ambiente de conflitualidade entre o poder judicial e as forças de ordem.
Para Serifo Nhamadjo, o “clima de pouca cordialidade” entre as duas instituições tem contribuído para uma imagem negativa do país e ainda tem constituído “factor de estrangulamento” de decisões judiciais.
“Há um menosprezo dos valores de um Estado democrático, onde reina a interdependência, (…) deixou-se instalar um clima de desconfiança e de dúvida quanto à capacidade e vontade de resolver problemas”, destacou Nhamadjo.
O chefe de Estado guineense compreende as limitações próprias de um período de transição mas não compreende “tanta morosidade e muitos processos pendentes” nos tribunais, alguns dos quais já com acusações formalizadas, faltando apenas o julgamento.
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