segunda-feira, 12 de junho de 2023

“PARTICIPAÇÃO DA GUINÉ-BISSAU NO CAN DEVE CONTRIBUIR PARA REVOLUCIONAR O FUTEBOL INTERNO “ – Gorky Medina

A seleção principal de futebol da Guiné-Bissau está à beira de conseguir a “inédita” qualificação pela quarta vez consecutiva ao Campeonato Africano das Nações de Futebol (CAN’2023), que se realiza na Costa do Marfim, no início de 2024.

Inserido no grupo A da fase de qualificação para a maior competição do futebol africano, a Guiné-Bissau vai defrontar no dia 14 de junho a sua congénere de São Tomé e Príncipe em partida da quinta jornada.

O jogo entre as duas seleções lusófonas será disputado em Bissau, a pedido da seleção do São Tomé e Príncipe, uma vez que o seu recinto foi interditado pela Confederação Africana de Futebol (CAF). Em caso de vitória, a seleção nacional pode fazer história nesta prova e qualificar-se pela quarta vez consecutiva. A Guiné-Bissau poderá entrar numa lista restrita das seleções africanas que conseguiram alcançar este feito histórico nesta competição organizada pela CAF, entidade que gere o futebol africano.

Perante este cenário, Medina entende que é urgente a FFGB elaborar um plano estratégico para revolucionar o futebol nacional, tendo em conta as conquistas da seleção da Guiné-Bissau.

Em relação ao jogo contra a seleção de São Tomé e Príncipe, o comentador desportivo mostrou-se confiante no triunfo e realçou o trabalho do selecionador nacional, Baciro Candé, pelos resultados que tem alcançado desde que assumiu o cargo em 2016.

Para o jogo com a seleção de São Tomé e Príncipe, o técnico nacional convocou 24 jogadores para o derradeiro e decisivo encontro de qualificação para a fase final do CAN, a contar para o grupo A.

Numa lista de 24 jogadores guineenses que atuam no futebol internacional, destaque vai para a chamada do jovem avançado Leandro Sanca, que joga no FC de Famalicão da primeira divisão da liga portuguesa de futebol, que terá a oportunidade de jogar pela primeira vez na seleção nacional, nesta partida da fase de qualificação para o CAN.

Igualmente de volta à lista dos convocados estão nomes como Edgar Ié, Janio Bikel e Zé Turbo. Em relação à última convocatória para a dupla jornada frente à seleção da Nigéria, ficaram de fora Tito Júnior, Pedro Gomes, João Mário e Jardel.

Ao fim de quartas quatro jornadas da fase de qualificação para a maior competição de futebol africano, a Guiné-Bissau tem 7 pontos na tabela classificativa do grupo A.

No outro jogo do grupo, a seleção da Serra Leoa vai defrontar o líder da tabela, a Nigéria, que tem nove pontos.

De acordo com o regulamento da CAF, qualificam-se para a fase final da prova a ser disputada em janeiro de 2024 na Costa do Marfim, as duas primeiras equipas classificadas de cada grupo. A prova contará com a participação de 24 seleções africanas.

A Guiné Bissau participou nas últimas três edições, a Guiné-Bissau participou, nomeadamente no Gabão, no Egipto e nos Camarões, mas nunca qualificou-se para a fase seguinte. Marcou apenas dois golos na sua primeira participação no CAN em 2017, no Gabão, graças aos golos de Juary Soares e Piqueti Djassi.

“FFGB DEVE ADOTAR UM PLANO ESTRATÉGICO PARA REVOLUCIONAR O FUTEBOL”

Convidado pela secção desportiva do Jornal O Democrata, esta terça-feira, 06 de junho de 2023, para fazer uma antevisão deste jogo entre as duas seleções, o comentador desportivo Gorky Medina alertou as autoridades desportivas do país, principalmente a Federação de Futebol (FFGB), que a qualificação da seleção nacional para o CAN deve contribuir para revolucionar o futebol interno do país.

“Estas qualificações para o CAN que a Guiné-Bissau alcançou nos últimos anos devem contribuir no sentido de revolucionar o futebol nacional, com destaque para o Campeonato Nacional de Futebol, sem dúvida. Este seria o maior compromisso da Federação de Futebol da Guiné-Bissau (FFGB) e porque também pode ser uma mais-valia ou seja, formar os jogadores e colocá-los futuramente nos grandes palcos de futebol mundial, permitir que a Guiné-Bissau angarie ganhos financeiros para os clubes nacionais”, disse.

“O país não pode estar presente sistematicamente no futebol mais importante do continente africano e o nosso futebol interno continuar pobre. O Egito dominou o futebol Africano no passado apenas com jogadores internos nacionais e a Tunísia também venceu a competição com jogadores internos”, enfatizou, salientando que é importante começar a reverter a nível interno as conquistas da nossa seleção para beneficiar o futebol interno”.

Medina, que foi jogador de futebol há vários anos no futebol interno, chegando inclusive à seleção nacional, questionou as autoridades desportivas nacionais sobre a falta do financiamento do futebol interno, num país que já tem referências no futebol africano.

Por: Alison Cabral
Conosaba/odemocratagb.

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