terça-feira, 18 de maio de 2021

EX-MILITARES PORTUGUESES ENTREGAM A “CARTA REINVINDICATIVA” AO PR MARCELO REBELO DE SOUSA

O presidente da Associação dos Antigos Combatentes portugueses e Deficientes das Forças Armadas Portuguesas na Guiné-Bissau, Amadú Djau, revelou ao jornal O Democrata ter entregue pessoalmente ontem à noite, 17 de maio de 2021, a carta reivindicativa de quatro pontos ao Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Em declaração à equipa de cobertura da visita do Presidente português à Guiné-Bissau do Jornal O Democrata, Djau disse que conseguiu entregar o documento após ter recebido uma chamada do Gabinete do Adido da Embaixada de Portugal a dizer-lhe que era urgente que se dirigisse à Embaixada para falar com o Presidente Marcelo Rebelo de Sousa sobre assunto dos comandos africanos que serviram Portugal na época colonial.

Apesar de ter sido chamado sozinho, Amadú Djau frisou que fez questão de informar ao gabinete do Adido que havia sido criado o coletivo de Associações dos antigos combatentes portugueses para seguimento desse assunto.

“Fomos recebidos, eu e o senhor Mário da Goia, numa sala pelo Presidente Marcelo Rebelo de Sousa”, afirmou e disse que entregou a carta ao Chefe de Estado português sem conhecimento do coletivo que liderava o processo, porque “nenhum dos nossos elementos estava à espera de receber uma chamada daquela natureza, depois de ter falhado a primeira tentativa de entrega à sua chegada no aeroporto internacional Osvaldo Vieira.”

Relativamente ao primeiro ponto da carta, retorno da nacionalidade, disse que o chefe de Estado português reconheceu que de fato têm o direito à nacionalidade.
Segundo Amadú Djau, Marcelo Rebelo de Sousa pediu desculpas aos antigos combatentes portugueses pelo atraso verificado no pagamento das pensões, porque “é um problema que o Estado português poderia ter resolvido já há muito tempo”.

“Peço desculpas na qualidade do Presidente da República de Portugal pelo atraso nos pagamentos das pensões aos ex-militares portugueses, mas quero assegurar-vos que é uma questão que merecerá a minha máxima atenção”, disse, citando Rebelo de Sousa.

Uma das questões contidas na carta reivindicativa dos antigos combatentes tem a ver com a recolha dos restos mortais dos comandos africanos.

Sobre o assunto, Djau disse que o Presidente português admitiu que é um assunto que irá acarretar muitos custos a Portugal. Neste sentido, pondera falar com o Presidente da Liga dos Combatentes de Portugal para analisar essa matéria, de forma pormenorizada, para definir mecanismos necessários para chegar a um consenso, bem como permitir que as famílias dos comandos tombados tenham acesso aos restos mortais dos seus familiares.

“A questão de acesso ao tratamento médico dos antigos combatentes portugueses também foi analisada”, afirmou e disse que Marcelo Rebelo de Sousa terá dado garantias que abordaria esse assunto com o Embaixador, sobretudo no que tem a ver com mudança do sistema administrativo para que tenham facilidade na emissão de vistos para tratamento médico em Portugal.

A outra questão, segundo Amadú Djau, que mereceu análise entre as partes está relacionada com a possibilidade de Portugal vir a construir um centro médico, na Guiné-Bissau, para atendimento médico dos antigos militares portugueses e os seus familiares.

“Marcelo Rebelo de Sousa prometeu entregar todo o dossiê ao ministro da Defesa Nacional de Portugal para analisá-lo em conjunto, antes de avançar qualquer coisa que não seja da sua competência”, indicou.

Entretanto, o porta-voz do Coletivo das Associações de Ex-Militares Portugueses, Braima Candé, confirmou ao nosso jornal por via telefone, que conseguiram através de um dos elementos do coletivo entregar a carta reivendicativa ao Chefe de Estado de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa.

Por: Filomeno Sambú

Foto: Marcelo Naritche

Conosaba/odemocratagb

Sem comentários:

Enviar um comentário