O Administrador Apostólico da Diocese de Bissau, Dom Lampra Cá, apela bom senso entre o governo e o sindicato em relação às constantes paralisações na Administração Pública.
Dom Lampra Cá que falava, esta quarta-feira, na abertura da semana académica da Universidade Católica da Guiné, respondia às questões colocadas pela Rádio Sol Mansi (RSM) em relação ao impasse entre o executivo e os funcionários públicos que já perdura há quase seis meses.
De acordo com o responsável da Diocese de Bissau, a Guiné-Bissau pertence a todos os guineenses pelo que é bom que seja analisado o motivo da falta de consenso entre o governo e os sindicatos.
Na sequência destas paralisações, o Hospital Nacional Simão Mendes, maior centro hospitalar do país, funciona a meio-gás e sem condições para o tratamento dos doentes, facto que teria já provocado algumas mortes.
As denúncias foram feitas pelos acompanhantes dos utentes no hospital, durante uma reportagem efetuada pela RSM, para se inteirar do impacto da greve, convocada pela União Nacional dos Trabalhadores da Guiné- Central Sindical, no sector da saúde.
Entretanto, sobre essa situação, o Administrador Apostólico da Diocese de Bissau lamenta a forma como “os pacientes estão a pagar a factura que não devia”.
“Os decisores poderão vir a ser vítima do que está a acontecer nos hospitais”, alerta o bispo.
A União Nacional dos Trabalhadores da Guiné tem paralisado a função pública desde janeiro exigindo, entre outros, a aplicação na íntegra do Estatuto da Carreira Docente, o pagamento da Carga Horária aos professores, a aprovação e aplicação do Estatuto da Carreira do Pessoal de Saúde.
Um dos pontos em reivindicação é a demissão dos funcionários que, segundo a UNTG, entraram de forma ilegal no aparelho de Estado.
A situação tem piorado nos últimos dias com o bloqueio do salário do mês de maio dos funcionários da educação e saúde.
Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos / Braima Sigá / Ussumane Mané/radiosolmansi com Conosaba do Porto
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