O grupo parlamentar do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) acusou o Presidente da República de Portugal, Marcelo Rebelo de Sousa, que se encontra de visita oficial à Guiné-Bissau, de “branquear” a realidade política vigente e alimentar o ego de gente que pretende implantar a ditadura no país.
Ao povo português, o PAIGC apela que compreenda a sua posição e não se deixe ludibriar por aquela ação de “propaganda absolutamente desnecessária e prejudicial” às relações de amizade e de cooperação entre os dois países e povos irmãos.
Numa nota de protesto datado de 17 de maio de 2021, dirigida ao chefe de Estado português, o grupo afirma que o país está a ser gerido por um “governo ilegal” que mergulhou a Guiné-Bissau numa onda interminável de greves na função pública, afetando, sobremaneira, os setores da educação e da saúde, e degradando profundamente a situação social da população, “tudo isto coroado de uma vaga de corrupção generalizada ao mais alto nível”.
Considera “inoportuna” a visita de Marcelo Rebelo de Sousa ao país, sublinhando que o quadro pandémico provocado pelo novo coronavírus (Covid-19), a prevalência do Estado de calamidade com “fortes restrições” impostas à população, mas que agora são ostensivamente ignoradas e violadas com o “vosso patrocínio”.
Por fim, o grupo parlamentar do PAIGC afirma que a visita de Rebelo de Sousa será considerada pelo partido como “um apoio, branqueamento e robustecimento” do sistema repressivo e ditatorial que se pretende instaurar na Guiné-Bissau, em detrimento do estado de direito democrático “almejado pelo povo”.
Por: Tiago Seide
Conosaba/odemocratagb
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