segunda-feira, 7 de agosto de 2023

Ousmane Sonko transferido para hospital central de Dacar

Opositor senegalês Ousmane Sonko, em greve de fome desde a sua detenção. REUTERS - COOPER INVEEN

O opositor senegalês Ousmane Sonko, em greve de fome há oito dias, foi transferido de urgência este domingo, 6 de Agosto, para o hospital central de Dacar.

O opositor senegalês Ousmane Sonko, em greve de fome desde a sua detenção, no passado dia 31 de Julho, deu entrada no hospital de Dacar este domingo, confirmaram dois colaboradores e um dos advogados de Ousmane Sonko.

A notícia foi avançada pelo partido d'Os Patriotas Africanos do Senegal pela Ética, Trabalho e Fraternidade (Pastef), partido de Ousmane Sonko dissolvido pelas autoridades senegalesas no passado dia 31 de Julho, sem descrever o estado de saúde de Sonko.

"Ousmane Sonko estava em detenção em Sébikotane", a cerca de 20 quilómetro de Dacar, "foi evacuado para o hospital principal de Dacar porque o seu estado de saúde se deteriorou", descreve o professor de português na Universidade Cheikh Anta Diop, em Dacar, Ahmed Kébé.

"Depois da sua detenção, levantaram-se manifestações sobretudo na região de Casamansa, na cidade de Ziguinchor, onde houve três mortes. Em Dacar, as manifestações não foram tão violentas. De um sítio para outro houve muitas reacções, sobretudo por parte dos seus militantes. Entretanto, este partido foi dissolvido pelo governo", acrescenta Ahmed Kébé.

Ousmane Sonko, 49 anos, iniciou uma greve de fome há oito dias. O Pastef emitiu um comunicado no qual aponta responsabilidade às autoridades pelo estado de saúde de Ousmane Sonko. "Houve um comunicado do antigo Pastef, emitido este domingo, para dizer que o governo senegalês é responsável do que poderá acontecer ao Ousmane Sonko, no que diz respeito ao seu estado de saúde. Não houve nenhuma reacção do governo", concluiu.

Depois de protestos populares e de duas condenações por difamação e "corrupção juvenil", Ousmane Sonko é acuso de vários crimes, entre eles apelo à insurreição, de associação e ligações a uma empresa terrorista e, ainda, por atentar contra a autoridade do Estado.

Ousmane Sonko foi escolhido para ser candidato presidencial do Pastef em Fevereiro de 2024. Apesar das incertezas quanto à sua elegibilidade e depois de ter sido impedido de formalizar a candidatura, Sonko enfrenta acusações por agressão sexual, que o opositor denuncia como uma conspiração para o afastar da vida política. A hipótese de uma candidatura às presidências parece cada vez mais distante, apesar dos seus advogados afirmam que Sonko continua elegível.

Texto por:Lígia ANJOS
Conosaba/rfi.fr/pt

Sem comentários:

Enviar um comentário