NÓ FASSI STOP!

É chegada a hora de todos se insurgirem contra as provocações de certos Guineenses que têm como agenda, dividir a sociedade, semeando o caos.

Vamos todos dizer bem alto: Basta!

Basta de complexos de inferiodade e de narrativas de “outros tempos”, nesta era da globalização em que a via é a da integração e da conjugação de esforços para o desenvolvimento e o bem-estar das populações dos espaços territoriais onde voluntariamente escolhemos para neles viver e trabalhar.

Dizer stop à estigmatizações destinadas a confundir os menos atentos, para os levar a antagonizar certas comunidades étnico-religiosas.

A emigração começou desde os tempos imemoriais, e muitas vezes, foi por necessidade de mudança de clima e não somente por razoes de ordem económica, como muitos pretendem fazer crer aos menos atentos, como forma de os endoutrinar e os tornar xenófobos.

Está a circular nas redes sociais um intox, segundo o qual por orientação do Presidente Embalo, foi criada uma associação dos nossos irmãos da Guiné-Conakry, com o objectivo de se recensearem para engrossar as fileiras dos pro-Embalo, para depois virem a votar nele ou no partido politico da sua escolha.

Que tamanha ignorância e vã tentativa de intoxicar a opinião pública!

Mas não constitui estranheza nenhuma. Sem estar a fazer considerações de ordem étnica, mas essa narrativa nunca sairia da boca de um Manjaco ou de um Mancanhe, porque é do conhecimento geral de que no Senegal vivem mais Manjacos e Mancanhes do que os que residem na Guiné-Bissau, e na Gâmbia a taxa dos Balantas que para ali emigram é impressionante.

Esses compreendem o fenómeno imigração/emigração, por isso, nunca se deixariam levar por essas retóricas baratas e sem nexo, em pleno Séc. XXI.

Essa besteira nunca sairia também da boca de um Mandinga, cujos dois impérios de que é oriundo, o do Ghana e o do Mali, cobriram toda a costa ocidental da África durante séculos. Por outro lado, o povo Mandinga nunca conheceu fronteiras no passado.

Só os ignorantes não sabem que os Líderes Fulas, os Molós (Alfa e Mussa Moló) governaram o Fuladu, espaço geográfico que engloba o Leste da Guiné-Bissau e o Leste da Senegâmbia, durante muitos anos, sendo os povos desses espaços “arvores do mesmo tronco”.

Falar de “Nánia”! Quem é “Nánia” e quem não o é?

Na emigração, uns chegam primeiro e outros vêm depois. Muitos dos nossos pais foram imigrantes, agora não são, por razoes óbvias. Outros pertencem a primeira geração de Guineenses, o que não faz deles menos Guineenses.

Além da história da gloriosa luta de libertação nacional que essas mentes venenosas deveriam revisitar, é preciso que estudem a história da África. Não nos deixemos influenciar por alguns conceitos importados do Ocidente para nos posicionarmos contra os nossos irmãos, em relação aos quais laços de muitos séculos nos unem, laços históricos, culturais, religiosos, etc.. Muitos países foram destruídos devido a esse comportamento hipócrita, daí o dever de nos mobilizarmos para combater de raiz essa tendência, antes que seja tarde.

Só um ignorante não sabe que os Cassamás foram imigrantes no passado, emigrantes que tinham como missão propagar a fé da religião de Muhammad (SAWS)?

Referi-me a esta prestigiada família Cassamá, (Nhá mames cassamá djaby) que são grandes e respeitados conhecedores, detentores de um invejável SABER ISL MICO, cujos filhos e netos estão a “dar cartas” nas várias instituições do pais, como podia referir-me a muitas outras famílias cujos apelidos têm consonância muçulmana, o que faz com que os hipócritas pensem que não são e nem devem ser Guineenses. Pabia di ké?

Toda essa exposição é para mostrar aquilo que ao longo dos anos tem sido uma coexistência e convivência pacíficas entre as várias comunidades deste pai, essa multiculturalidade que é a nossa maior riqueza.

Somos menos de 2 milhões e meio de habitantes, numa superfície maior do que a da Gâmbia, onde vivem quase 2 milhões de meios de almas. Se tivermos em conta as necessidades de desenvolvimento do nosso pais, vamos concluir que deveríamos era promover uma politica de imigração, imigração de qualidade, como esta da Guiné Conakry e do Senegal, e ultimamente da Nigéria, que cá não vêm com outro propósito que não seja o de trabalhar e, com o fruto do seu trabalho, investir, como os chamados Nánias têm estado a fazer, enquanto a nossa gente aguarda pela oportunidade de aceder ao aparelho do Estado para roubar e enriquecer-se ilicitamente, aproveitando-se da impunidade existente no pais.

Vejamos o que diz a nossa Lei de nacionalidade, lei 2/92:

ARTIGO 9º - Aquisição por naturalidade

1. O governo pode, por decreto e sob parecer do Ministro da Justiça, conceder a nacionalidade guineense, mediante a naturalização, aos estrangeiros que satisfaçam cumulativamente as seguintes condições:

a) Serem maiores ou havidos como tais, tanto pela lei guineense como pela do País de origem;

b) Conhecerem minimamente a cultura guineense e se identificarem com ela;

c) RESIDIREM HABITUAL E REGULARMENTE, HÁ DEZ ANOS, PELO MENOS, EM TERRITÓRIO NACIONAL.

2. Quando o considerar justo e oportuno, o Governo poderá conceder a Nacionalidade Guineense, com dispensa da condição a que se refere a alínea c) deste artigo a todos aqueles que, não sendo guineenses, tenham prestado serviços relevantes ao povo guineense, quer durante quer após a Luta de Libertação Nacional.

3. O Governo poderá ainda conceder a nacionalidade guineense com a dispensa das condições previstas nas alíneas b) e c) deste artigo a todos aqueles que prestam ou são chamados a prestar serviços, relevantes ao Estado guineense no processo nacional do desenvolvimento.

São essas narrativas que metem medo a muitos dos soi-disant Nánias que aqui vivem mais de 20 anos a não requererem a nacionalidade Guineense, para em consequência, exercerem os seus direitos e cumprirem com os seus deveres de cidadania.

Por isso, é descabido tentar intoxicar a opinião pública, aliás, os menos atentos, porque se esses soi-disant Nánias que hoje deviam estar na posse de todos os seus documentos da Guiné-Bissau e se tivessem recenseado, qual seria a necessidade de o Presidente Embalo, enveredar por essa via.

Posso até não ser o seu acólito, mas garanto-vos que o Presidente Embalo vai exercer o seu mandato na absoluta tranquilidade, porque foi eleito no meio de tantos outros Guineenses, pesos pesados, e isso não é obra de ninguém, mas sim do Todo Poderoso; único allah.

Bo para, pabia és púbis panha pé!

I bo tira nome di Nánia di bo boca, pabia eka amonton, i tarbadjaduris! Viva Guinendadi!

Viva diversidade étnico-cultural e religiosa!

Nhor Deus abençoa Guiné-Bissau!

Povo de conakry i no ermons.

Por: YA.