segunda-feira, 9 de janeiro de 2023

Manifestantes pró-Bolsonaro invadem e vandalizam sedes dos três poderes em Brasília


Apoiantes radicais de Bolsonaro invadiram as sedes dos três poderes na capital do Brasil. Presidente do Senado afirma que os manifestantes "devem sofrer o rigor da lei com urgência"

Um grupo de manifestantes pró-Bolsonaro furou um bloqueio da polícia e tomou as sedes dos Três Poderes em Brasília durante a tarde deste domingo. As imagens mostram que os manifestantes radicais invadiram o prédio do Congresso Nacional e há registos de vandalismo no plenário do Supremo Tribunal Federal (STF) e no Palácio do Planalto.

A invasão começou depois dos radicais da extrema-direita brasileira apoiantes do ex-presidente Jair Bolsonaro, derrotado nas eleições em outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Apesar de a polícia militar de Brasília ter colocado barreiras de proteção, os “bolsonaristas” avançaram e furaram o cerco policial.

Há imagens da barreira dos polícias na Esplanada dos Ministérios, em Brasília, a ser "furada" pelos manifestantes vestidos de verde e amarelo. Os “bolsonaristas” arrancaram grades para entrar na Praça dos Três Poderes enquanto os agentes tentavam contê-los com ‘spray’ de gás pimenta.

O senador Veneziano Vital do Rêgo, presidente interino do Senado, confirmou à CNN Brasil que os manifestantes conseguiram invadir primeiro o interior do prédio do Congresso. Segundo o senador, os manifestantes chegaram ao Salão Verde da Câmara dos Deputados, enquanto outro grupo tentava invadir o Palácio do Planalto, sede do Poder Executivo brasileiro.

Cerca das 20:00, o STF avançou à CNN Brasil que a equipa de segurança do Supremo e da tropa de choque conseguiu retomar o controlo do prédio. Há ainda registo de pessoas detidas na garagem.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, afirmou no Twitter que conversou por telefone com o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, com quem está em contacto permanente:


Já o vice-presidente da Câmara, Luciano Bivar, considerou a invasão como “um desrespeito” e afirmou que conversou com o presidente da Câmara e com Anderson Torres, responsável pela segurança pública do DF, ex-ministro da Justiça. Segundo Bivar, haverá um reforço da Polícia Militar e estão a ser destacados novos contingentes para o Congresso Nacional e para o Palácio do Planalto.

Sabe-se que, no momento da invasão, Lula da Silva estava em Araraquara, no interior de São Paulo, numa viagem na sequência das chuvas que afetam a cidade.

Segundo imprensa brasileira, há informações de que cerca de quatro mil “bolsonaristas” chegaram a Brasília para este ato, convocados nas redes sociais por grupos de extrema-direita.
PT e aliado do Governo de Lula pedem intervenção na segurança pública de Brasília

O Partido dos Trabalhadors (PT) brasileiro e aliados do Governo de Lula da Silva pediram uma intervenção na segurança pública do Distrito Federal, onde se localiza a capital, Brasília.

A presidente do PT apelidou de "irresponsável" a resposta das autoridades de Brasília à invasão dos edifícios do poder e da justiça por apoiantes do ex-chefe de Estado Jair Bolsonaro.

O senador e líder do Governo no Congresso, Randolfe Rodrigues, anunciou, também no Twitter, que está, juntamente com Gleisi Hoffman, a pedir ao procurador-geral da República "para que seja decretada intervenção na Segurança Pública do DF".

O presidente nacional do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL), Juliano Medeiros, disse à Lusa que "em primeiro lugar, é preciso usar toda a força disponível para restituir a normalidade em Brasília".

"Em segundo lugar, é preciso responsabilizar o secretário de Segurança do Distrito Federal pela evidente conivência com esses atos terroristas, e ir mais longe: responsabilizar o governador do Distrito Federal. Ele não pode continuar governando o Distrito Federal ou dialogar com a bancada do PSOL na Câmara Distrital do DF para propor. É vítima do Ibaneis Rocha [governador do DF]", disse o presidente do PSOL, partido de esquerda que apoiou a eleição de Lula da Silva.

Conosaba/cnnportugal.









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