O Secretário-Geral da União Nacional dos Trabalhadores da Guiné – Central Sindical (UNTG-CS), Júlio António Mendonça, anunciou que vai ser aberto novo processo crime, que será entregue na próxima semana ao Ministério Público, contra o atual ministro das Finanças, João Alage Mamadu Fadia.
Mendonça fez esse anúncio em reação à detenção de cinco elementos do sindicato de base dos trabalhadores da Direção Geral das Contribuições e Impostos, acusados de terem retirado daquela instituição switch, um aparelho que liga os computadores a rede interna, durante a vigência da greve.
Cinco funcionários, entre elementos da direção do sindicato e da comissão negocial, foram detidos ontem à tarde, 05 de maio de 2021, por algumas horas nas celas do Ministério do Interior. A UNTG e dos advogados de defesa dos detidos terão exercido pressão para que os detidos sejam postos em liberdade.
O sindicalista defende que o ministério das Finanças deve ser dirigido por uma pessoa que tem conhecimento dos procedimentos administrativos, que não diz mentiras e que é honesto e coerente. Mendonça desafia Fadia a provar que o Hospital Nacional Simão Mendes tem oxigênio, que tem pago todas as dívidas aos trabalhadores de todos os setores da vida pública do país e que prove o seu filho tenha feito concurso para ocupar o seu cargo atual na função pública.
Júlio Mendonça acusa o ministro das Finanças de estar a esbanjar dinheiro do erário público sem fundamento nenhum. Acusa-o ainda de ter transformado finanças públicas do país numa empresa de “Gã Fadia”
“É curioso o que se passa nas finanças, o pai dá ordens nas finanças e o filho dá também na Direção Geral das Contribuições e Impostos”, sublinha e questiona o posicionamento do chefe de Governo e do Presidente da República perante o “desmando de Fadia e o seu filho”.
“Os dois responsáveis têm evidências do comportamento do ministro das Finanças de que está a prejudicar os interesses do Estado, mas ninguém o questiona e logo a UNTG tinha que ficar de braços cruzados e deixar que o país seja levado para o abismo?”, questiona e alerta que se os dois responsáveis (Nuno Nabian e Sissoco Embaló) continuarem a não ter autoridade sobre João Fadia, a função pública continuará paralisada por um tempo indeterminado.
“Não cumpre as deliberações que saem do Conselho de Ministros, por quê? Bom, talvez o ministério das Finanças tenha sido penhorado ao Fadia”, ironiza e defende que o ministério das Finanças não pode ser uma propriedade privada do Ministro Fadia.
Perante esta situação, o Secretário-Geral da UNTG pede que os autores da detenção dos sindicalistas e os elementos do Ministério do Interior que fazem segurança sejam traduzidos à justiça para provar as acusações feitas contra dirigentes sindicais. Mendonça acusa Vençã Mendes, secretário-geral do ministério das Finanças, de cumplicidade na “detenção endivida” dos trabalhadores.
“Que tipo de sindicalismo fazia esse homem? Afinal, por isso os professores não foram identificados na altura”, indicou e aconselha Vençã Mendes a ajustar seus atos e fundamentar seu comportamento na lei, “enquanto jurista que diz ser”.
Por sua vez, o sindicato denunciou o recrutamento de oito funcionários pertencentes a outros serviços do ministério das finanças para preencher lugares deixados pelos trabalhadores que aderiram à greve e acusou Vençã Mendes de cumplicidade em conluio com algumas figuras da DGCI para detê-los sem fundamento.
Por: Filomeno Sambú
Conosaba/odemocratagb
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