Bissau, - A Guiné-Bissau celebra nesta sexta-feira o 90.º aniversário do nascimento de Amílcar Cabral, "pai" da independência do país, e o governo decidiu conceder tolerância do ponto aos funcionários públicos.
Bafatá, a segunda cidade mais importante do país, onde nasceu Amílcar Cabral a 12 de Setembro de 1924, será palco central das celebrações organizadas pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC, no poder) fundado pelo aniversariante.
Fernando Saldanha, do Comité Central do PAIGC e elemento da comissão organizadora das celebrações, disse à Lusa que a tolerância de ponto serve para que "toda a gente possa participar nas festividades de Cabral".
O dirigente explicou que existe uma lei promulgada pela Assembleia Nacional Popular (ANP, parlamento) na década de 90 que fixa 12 de Setembro também como dia da nacionalidade guineense, celebrando-se com tolerância de ponto - norma que deixou de ser respeitada.
De acordo com Saldanha, "o desrespeito à lei" começou com o governo formado a seguir ao conflito político-militar de 1998/99.
"Alguns sectores começaram a dizer que esse era uma decisão tomada pelo PAIGC, que não vincula todos os guineenses, daí o desrespeito à lei", explicou o antigo secretário de Estado da Juventude, Cultura e Desporto.
Agora que o PAIGC voltou ao poder, com uma maioria na ANP e um presidente por si eleito, o partido tratou de repor a tolerância do ponto a 12 de Setembro numa decisão assumida em conselho de ministros.
O primeiro-ministro Domingos Simões Pereira, líder do PAIGC, vai encerrar na sexta-feira as intervenções de homenagem a Cabral, que terão lugar na sede regional do partido, em Bafatá.
Durante todo o mês de Setembro o partido tem várias actividades políticas e recreativas pelo país que devem culminar a 24 de setembro, na capital, com a celebração do feriado da independência nacional.
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