Dois cidadãos nigerianos foram colocados esta tarde em quarentena em São Tomé e Príncipe, onde vão permanecer durante 21 dias, disse hoje à Lusa o presidente do comité de emergência criado pelo governo, Pascoal de Apresentação.
Os dois cidadãos nigerianos desembarcaram em São Tomé na noite de sábado num voo da TAP, vindos da Nigéria via Acra (Gana) e ficaram retidos no aeroporto internacional no âmbito das medidas de prevenção contra a doença do Ébola.
"Embarcaram de facto dois cidadãos nigerianos provenientes da Nigéria via Acra no voo da TAP e nós, que temos a obrigação de proteger a saúde da população, estamos a cumprir as leis internacionais e a resolução aprovada pelo conselho de ministros do nosso país relativamente aos países em que foi declarado o vírus do Ébola", explicou Pascoal de Apresentação.
"Estamos numa altura em que há o risco de uma pandemia do ébola e cada estado tem a obrigação de proteger os seus cidadãos. Esta não é uma medida isolada apenas de São Tomé e Príncipe, é uma medida internacional que foi recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)", acrescentou.
Depois de permanecerem retidos no aeroporto até cerca das 13:00 horas de hoje (12:00 em Lisboa) foi tomada a decisão de os encaminhar para quarentena, em local próprio, criado no centro hospitalar de São Tomé e Príncipe.
"Nós decidimos colocá-los em quarentena pelo bem da nossa população", disse Pascoal de Apresentação lamentando, no entanto, a recusa da Transportadora Aérea Portuguesa (TAP) de levar os nigerianos de volta.
"Se fosse outro país, eles seriam recambiados. Mas aqui em São Tomé, a TAP não teve esse respeito de levá-los de volta. Os passaportes são biométricos e logo que entram no computador diz a proveniência de cada passageiro, e acho que a TAP deveria respeitar esse princípio", argumentou Pascoal de Apresentação.
"Mas vamos colocá-los sob quarentena durante 21 dias, restringindo todos os seus contactos com terceiros, incluindo com a família", sublinhou o presidente do comité de emergência são-tomense contra o Ébola.
A Nigéria é um dos países onde as trocas comerciais e o fluxo migratório com São Tomé e Príncipe são mais fortes.
É um dos países afetado pela febre hemorrágica provocada pelo vírus do Ébola, com um balanço oficial até sexta-feira passada de 22 afetados e oito mortos.
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