sábado, 26 de julho de 2025
COORDENADORA DE PROGRAMA DO ALTO COMISSARIADO DA ONU PARA OS DIREITOS HUMANOS DESPEDE-SE DA MINISTRA DA JUSTIÇA
A Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos recebeu, esta quarta-feira (23.07.2025), no seu gabinete de trabalho, a Coordenadora de Programa do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos na Guiné-Bissau.
Em final da missão no país, Elisabete da Costa, Assessora para os Direitos Humanos junto às Nações Unidas, foi despedir-se de Maria do Céu Monteiro.
Durante o encontro, Elisabete Costa enalteceu o apoio e a colaboração que recebeu junto das instituições com que trabalhou e os resultados importantes que a Guiné-Bissau conseguiu em matéria dos Direitos Humanos.
A Coordenadora de Programa do Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos realçou ainda que, pela primeira vez, a Guiné-Bissau preparou e enviou à Genebra, relatórios sobre tratados de várias convenções de Direitos Humanos que ratificou.
Progressos que a Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos agradeceu com muita satisfação e pediu para que a ONU continue a enveredar esforços para dar mais apoios, sobretudo no setor da Justiça, pois, ainda há muitas orientações que precisam ser seguidas, conforme as recomendações apontadas nos relatórios.
Ainda no cumprimento da sua agenda desta quarta-feira, a Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos esteve reunida com a advogada portuguesa Soraia Lacerda, que se encontra em Bissau, no âmbito da sua profissão e decidiu fazer uma visita de cortesia à titular da pasta da Justiça, que agradeceu o gesto.
TINIGUENA LIDERA AÇÕES PELA CONSERVAÇÃO DOS MANGAIS NA GUINÉ-BISSAU
No âmbito do Dia Mundial para a Conservação do Ecossistema de Mangal, celebrado hoje, 26 de julho, a Tiniguena reafirma o seu papel de destaque na proteção, reflorestação e gestão sustentável dos mangais na Guiné-Bissau. Com o lema “Tarrafes que sustentam a vida, protegem o clima e unem comunidades”, a data lembra a importância vital destes ecossistemas para o equilíbrio ambiental e a vida das comunidades costeiras.
Ao longo dos anos, a Tiniguena tem desenvolvido ações concretas de conservação ambiental, sensibilização e restauração ecológica, sobretudo na região de Quinará, onde promove o envolvimento comunitário na defesa dos recursos naturais. Essas iniciativas contribuem diretamente para a segurança alimentar, a redução da pobreza e a adaptação às alterações climáticas.
A Guiné-Bissau abriga uma das maiores extensões de mangal da África Ocidental, com cerca de 301.800 hectares, o que representa 9% do território nacional. No Parque Natural dos Tarrafes do Rio Cacheu, por exemplo, 68% dos 88.615 hectares são cobertos por mangal. Trata-se de um património natural sob crescente ameaça, devido à exploração descontrolada, à poluição e às mudanças climáticas.
Neste 26 de julho, a Tiniguena convida toda a sociedade a valorizar e proteger os mangais, reconhecendo-os como aliados na luta pela vida, pela justiça climática e pela sustentabilidade.
RSM: 26 07 2025
fonte e fotos: Tiniguena
CPLP é mais do que a língua portuguesa e África pode servir o mundo, diz PR angolano
O Presidente da República de Angola, João Lourenço, esteve na manhã de hoje no 8.º Fórum EurAfrican, promovido pelo Conselho da Diáspora Portuguesa na Universidade Nova School of Business and Economics (Nova SBE), em Carcavelos (Lisboa), onde foi o orador convidado para a ‘Conversa com os Presidentes’, que encerrou o evento, num diálogo com o Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, moderado pela diretora editorial do Sapo, Joana Petiz.
Para o chefe de Estado angolano e também atual detentor da presidência rotativa da União Africana (UA), a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) “é mais do que a língua portuguesa, é cultura, trocas comerciais entre os Estados-membros” e a própria diversidade da língua portuguesa, em termos de sotaques pelo globo, são um “enriquecer da mesma”.
O chefe de Estado português considera a CPLP um projeto que tem influência nos diversos continentes e que pode ser uma ponte entre instituições como a União Africana e a União Europeia, que tem como presidente do seu conselho o ex-primeiro-ministro português António Costa.
“Sabem quem é que desencadeou as cimeiras da União Europeia com África? Portugal. Primeiro em 2000, depois em 2007 e agora a próxima vai ser em Angola”, na capital, entre 24 e 25 de novembro, indicou Marcelo Rebelo de Sousa.
Para o presidente da UA, o potencial de Angola e do continente africano, de uma forma geral, não se restringe ao seu potencial humano, ao ter uma população jovem que simboliza o futuro.
“Em relação a África, penso que não nos deveríamos limitar a falar do potencial demográfico. É um facto que África é um continente essencialmente jovem (…) está em vantagem em termos de força de trabalho que pode servir o continente e o mundo”, frisou João Lourenço.
“Portanto, a Europa devia olhar para ele [potencial demográfico] com outros olhos, investir em África, até para evitar que os jovens africanos atravessem o [mar] Mediterrâneo e cheguem à Europa nas condições que conhecemos. Se o investimento for feito em África, não só eles vão servir o continente, como vão servir o resto do mundo, servir a Europa, em melhores condições, mais qualificados, portanto, para ocuparem, digamos, o mercado de trabalho”, reiterou.
Sobre o investimento chinês no continente, o Presidente angolano argumentou que a Europa está em África há cinco séculos e que a China chegou há poucas décadas, por isso, o ‘velho continente’ deveria tirar maior partido dessa vantagem de “ter chegado primeiro”.
“A Europa poderia tirar um melhor proveito, no sentido de serem retiradas vantagens mútuas, do facto de conhecer melhor o continente africano, porque sempre esteve em África”, declarou o chefe de Estado africano.
João Lourenço frisou que África precisa de investimento em infraestruturas e que, dessa forma, pode solucionar dois problemas mundiais: a fome e a crise climática.
Por um lado, o continente possui as maiores reservas de minerais raros, essenciais para a energia verde e, por outro, “pode ser o celeiro do mundo”.
No entanto, o chefe de Estado reiterou que a falta de investimento faz com que o continente não esteja a evoluir da forma como ambiciona, o que justifica o facto de ainda não se ter conseguido implementar uma zona de comércio livre em África.
“Ainda não conseguimos cumprir com uma das decisões, das mais importantes, da União Africana: da criação da zona de livre comércio continental. Mas só haverá comércio entre os nossos países se existir a possibilidade de locomoção, de mobilidade de pessoas e de bens, o que infelizmente não acontece atualmente”, lamentou.
Na sua opinião, África só se vai desenvolver se investir “fortemente em energia, na sua produção e distribuição”, em meios de transportes e na industrialização.
Por fim, o chefe de Estado angolano frisou que para se atrair investimento é preciso “criar bom ambiente de negócios” e convencer os investidores “que só têm a ganhar se o fizerem”.
Integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.
Lusa
“INCAPACIDADE DOS EDITORES CHEFES CONDICIONA A FALTA DE AGENDAS PRÓPRIAS NAS REDAÇÕES “ – ordem de jornalistas
O Bastonário da Ordem de Jornalistas (BOJ) da Guiné-Bissau, António Nhaga, afirmou que a incapacidade dos editores chefes condiciona a falta de agendas próprias nas redações dos órgãos de comunicação social do país.
António Nhaga, que falava esta sexta-feira, 25 de julho de 2025, na apresentação de um mini documentário do jornalista guineense, Djibril Iero Mandjan, disse que apenas 20% redatores em chefe têm conhecimento dessa matéria.
O mini documentário, “entre Fumaça e Vidas, faz uma chamada de atenção a situação de lixo no planeta, destacando como epicentro a localidade de Adbogloboshi, uma cidade do Gana, que, segundo o autor do documentário, está a transformar-se numa ameaça ao mundo, devido à quantidade de lixo eletrônico que é descartada nesse local.
No seu discurso, António Nhaga defendeu que dever haver mudanças nas redações e compreender o jornalismo que se faz hoje e em pleno século XXI.
“Para ser um editor chefe, a pessoa deve ter o conhecimento nos géneros jornalísticos. Das informações que tenho, apenas vinte porcento (20%) das pessoas que têm conhecimento dessa matéria”, afirmou.
O bastonário, que foi crítico à atuação dos jornalistas guineenses, informou que existem editores chefes que não conhecem a pauta e não sabem distinguir jornalista do repórter, “ tendo esse problema a pessoa não pode ser um editor chefe” a não ser “tarimbeiro”.
Quanto às fontes , o decano alertou os profissionais no que refere ao interesse das fontes, lembrando-os que o jornalista não tem interesses por isso deve basear tudo que faz na técnica, para obter informações, sabendo que existem entrevistas como género e técnica.
”Um profissional deve saber usar as técnicas das entrevistas de género para obter informações e não só, como também saber colocar as questões”, insistiu.
Admitiu que a Guiné -Bissau tem um enorme défice de jornalistas científicos e que é necessário que a classe de jornalista guineense ultrapasse o analfabetismo científico para aceder à classe de jornalistas de qualidade.
”Existe um analfabetismo tremendo no país. É preciso ultrapassar este fenómeno, caso contrário não vamos ter jornalistas de qualidade num país que tem apenas vinte porcento das pessoas que têm conhecimento sobre género jornalístico”, sublinhou, para de seguida convidar a nova geração a discutir o assunto (género jornalístico ) no país de forma séria, sobretudo no que se refere à reportagem.
No que refere à atribuição da carteira profissional, disse que a carteira deve servir para regulamentar ( fechar) a classe, por isso não deve ser atribuída sem um regulamento, porque”não basta apenas fechar a classe, mas também definir o próprio salário’.
Para António Nhaga, se for atribuída sem a definição do salário será algo fictício, alegando que não se trata de uma preocupação porque nunca será um problema para nenhum jornalista conseguir informações, desde que tenha o seu cartão de serviço.
Para o jornalista Djibril Iero Mandjam , autor do mini documentário denominado “entre Fumaça e Vidas “, o problema maior são as ameaças globais com os lixos eletrodomésticos transportados para a África, ignorando a convenção de Basileia, que estabelece as normas que proíbem o envio de lixos perigosos pesados, sem o consentimento informado.
Mandjam sublinhou que a mesma convenção estabelece o mecanismo de exportação e de transporte de resíduos pesados, mas em relação aos países menos desenvolvidos não se aplica a convenção, ou seja, nestas circunstâncias ela é ignorada.
“Esse trabalho tem como objetivo convidar os países Africanos para reflectirem sobre os seus problemas, sobretudo as ameaças naquilo que recebemos de borla. A África tem um problema de soberania estratégica que é a circulação de documentos importantes da África. Por exemplo, a agenda 2063, é uma agenda que está incerto aos Africanos, independentemente da estratégia alimentar. Nisso, é preciso trabalhar as consciências das pessoas”, alertou.
Neste sentido, apontou que um dos problemas dos africanos é psicológico e que é necessário trabalhar na psicologia das pessoas.
No contexto local, chamou atenção no que refere a gestão sanitária considerando que o vazadouro de Safim é apenas um depósito que constitui uma ameaça para a saúde pública, tendo em conta que os problemas ambientais, climáticos são uma questão global e exigem medidas locais para fazer face a esses problemas.
O jornalista Iero Mandjam fez um mini documentário sobre os eletrodomésticos em Acra (Gana) intitulado de “ENTRE FUMAÇA E VIDAS “, que contou com o financiamento da ONG ACEP – Associação para a Cooperação Entre Povos.
Segundo o autor, o trabalho já foi traduzido num livro em Lisboa e fizeram a exposição de quinze fotografias na sede da ACEP, na capital portuguesa.
Por : Jacimira Segunda Sia
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