sexta-feira, 19 de abril de 2024

Guiné-Bissau: Comunicado de Conselhos de Ministros. 19/04/2024.

 

Governo da iniciativa presidencial anuncia aumento de preço de arroz no país de 17500 para 21500 fcfa por saco de 50kg arroz 100% partido nhelem e 24 mil saco de 50kg arroz 5% partido arroz grosso.

 

Guiné-Bissau apostada na protecção dos mares

"O nosso Oceano", conferência sobre a protecção dos oceanos, decorreu em Atenas a 16 e 17 de Abril de 2024. © OurOceanGreece

A protecção dos oceanos é um tema candente à escala planetária e tem estado no centro de uma série de reuniões internacionais.É o caso da nona conferência alusiva "O nosso oceano" da semana passada na Grécia.A Guiné-Bissau fez-se representar pelo ministro do ambiente, biodiversidade e acção climática Viriato Cassamá.

Viriato Cassamá, ministro guineense do ambiente, biodiversidade e acção climática conta-nos quais as dinâmicas em curso em prol da protecção dos mares.

"É uma iniciativa global que visa preservar os oceanos. Porque os oceanos constituem um recurso inestimável para todo o mundo e a forma como os recursos naturais têm estado a ser explorados e a forma como os oceanos têm estado a ser utilizados preocupa o mundo.

Nesse sentido, houve várias conferências internacionais sobre os oceanos e este anos estamos a realizar a 9a Conferência Internacional sobre os Oceanos.

Acho que é muito importante para todos os países costeiros e países insulares que se envolvam com muita força nesta iniciativa global, porque os nossos recursos marinhos devem ser protegidos, devem ser conservados e devem ser geridos de forma a poder servir não só a nossa geração como também a geração futura."

Precisamente em Atenas marcaram presença uma série de personalidades de primeiro plano também da lusofonia.

Ulisses Correia e Silva, enfatizou o facto de mais de 99% do território de Cabo Verde ser composto por mar.

O primeiro-ministro cabo-verdiano afirmou aí estar empenhado em que o país se posicione como um líder na economia azul, estabelecendo metas ambiciosas para a transição energética, gestão da água e desenvolvimento sustentável, envolvendo activamente o sector privado.

Por seu lado o seu homólogo são-tomense Patrice Trovoada enfatizava o facto de a sobrepesca, a poluição transoceânica e o impacto ambiental das actividades da marinha mercantil serem alguns dos desafios significativos que o arquipélago equatorial enfrenta.

Timor Leste, através do seu chefe do executivo, Xanana Gusmão, salientou, por seu lado, que o país asiático tem uma biodiversidade marinha rica com “75% das espécies de corais existentes no mundo".

Vamos ver, então, como é que a Guiné-Bissau se posiciona quanto a estas questões. De novo com Viriato Cassamá, ministro guineense do ambiente que interveio em dois debates em Atenas, um deles do PRCM, o Programa Regional Costeiro Marinho, que engloba desde a Mauritânia até à Serra Leoa.

"A minha intervenção vai no sentido de mostrar o que é que a Guiné-Bissau tem na manga para cumprir o objectivo 30 30 do Quadro Global da Biodiversidade. Neste momento temos 26,3% do nosso território nacional, como as áreas protegidas, e é a meta 30 30 diz que até 2030, todos os países partes da convenção devem ter pelo menos 30% do seu território nacional como áreas protegidas.

E nós neste momento já contamos com 26,3% e dentre esses 26,3%, 12,6 são áreas marinhas protegidas e 13,7 são áreas protegidas terrestres. E dentro dessas áreas protegidas terrestres, a Guiné-Bissau conta com uma cobertura florestal de 10% do Mangal e entre esses 10%, 29% da floresta do Mangal encontra-se dentro dessas áreas protegidas.

E nós sabemos que temos os desafios a enfrentar relativamente ao atingimento desta meta 30 30 Mas o país tem implementado diversas iniciativas, que posso citar.E no mês de fevereiro último nós entregámos a nossa candidatura ou então a candidatura do arquipélago dos Bijagós como Património Natural Mundial da UNESCO."

Tinha vindo aqui a Paris para o efeito.

"Exacto. E esta acção visa proteger e preservar um dos ecossistemas mais ricos e diversos do país. Uma outra acção que temos estado a empreender é a criação de um santuário ecológico ao redor de algumas ilhas do arquipélago dos Bijagós, cobrindo 0,26% do território nacional. E esta acção também visa proteger as espécies vulneráveis e seus habitats. Por exemplo, as tartarugas marinhas.

Uma terceira acção que a Guiné-Bissau tem estado a empreender é a criação da Segunda Reserva da Biosfera no Complexo do Cacheu e nas ilhas costeiras do Geta-Pixice, abrangendo 11,7% do território nacional. Esta iniciativa visa promover, de um lado, o desenvolvimento sustentável e, por outro lado, a conservação da biodiversidade."

Será realista manter as metas definidas em prol da biodiversidade e poderão elas ser alcançadas ?

As respostas de Viriato Cassamá, ministro guineense do sector.

"Nós implementamos políticas e regulamentos para proteger os nossos ecossistemas marinhos, combatendo assim a pesca ilegal e promovendo práticas sustentáveis.

E, além disso, o que acabei de frisar, temos estado a fortalecer as nossas parcerias, tanto a nível regional como a nível internacional, para podermos partilhar informações e recursos na luta contra as ameaças transnacionais, como por exemplo, tráfico de droga e tráfico das pessoas humanas."

Que preconiza, então, para o futuro o Estado guineense, país com uma larga costa e um vasto arquipélago, os Bijgagós ? Viriato Cassamá admite que o recurso às novas tecnologias seriam determinantes.

"Nós estamos comprometidos, como eu disse, em abraçar as tecnologias inovadoras para impulsionar a nossa segurança marítima. Para tal, nós temos que adoptar sistemas de monitoramento remoto através de satélites e drones, para podermos aumentar a nossa capacidade de vigilância e resposta a incidentes a nível marítimo.

E, além disso, estamos investindo também em tecnologias de sensoriamento remoto e análise de dados para podermos melhor entender e proteger os nossos ecossistemas: os nossos ecossistemas marinhos, incluindo a detecção precoce da poluição e avaliação do impacto das mudanças climáticas que têm estado a assolar grandemente os oceanos a nível mundial."
Conosaba/RFI 

Portugal faz "acompanhamento especial" da interrupção da RTP e RDP na Guiné-Bissau - embaixador

 

O embaixador de Portugal na Guiné-Bissau disse hoje que "o Estado português faz um acompanhamento muito especial" da interrupção das emissões da RTP e da RDP África, que se arrasta há várias semanas.

Questionado à margem da inauguração das comemorações do 25 de Abril na Guiné-Bissau, o embaixador Miguel Cruz Silvestre salientou que "há questões técnicas que estão envolvidas" e disse desconhecer o ponto da situação, mas que acredita que, do lado português, é objetivo que este assunto "continue a ser prioritário", assim como "para as autoridades guineenses".

Há várias semanas que a RTP e a RDP África não chegam aos espectadores guineenses em sinal aberto, devido a problemas no centro emissor de Nhacra.

A ministra da Comunicação Social da Guiné-Bissau, Conceição Évora, disse esta semana à Lusa que o problema afeta também emissoras estatais guineenses e outras que emitem a partir deste local.

Segundo explicou, começou por haver uma avaria num transmissor e posteriormente um incêndio destruiu material e equipamento elétrico, obrigando o Governo guineense a repor o mesmo.

A governante adiantou que está a ser feita a aquisição do equipamento fora da Guiné-Bissau e que a retoma das transmissões poderá ocorrer dentro de "uma a duas semanas", dependendo do tempo que demorar a chegar.

Conosaba/Lusa

SECRETÁRIO DE ESTADO DO ENSINO RECONHECE QUE O SISTEMA EDUCATIVO ENFRENTA UMA SÉRIE DE DESAFIOS

O Secretário de Estado do Ensino, Gibrilo Djaló, afirmou esta quinta-feira, 18 de abril de 2024 que o sistema educativo da Guiné-Bissau enfrenta uma série de desafios, cuja solução deve emergir de estudos e debates aprofundados e inclusivos que alimentam políticas baseadas em evidências.

Gibrilo Djaló, falava na cerimónia de oficial de certificação de prestadores de serviços privados, grupos comunitários de poupança e crédito interno no âmbito do projeto MeREECE “Melhoria de rendimento escolar e económico das comunidades educativas da Guiné-Bissau”, realizada nas instalações de CIFAP de Bula e implementado pelo Catholic Relief Serviços (CRS) em parceria com a Cáritas Guiné-Bissau e o governo. O Secretário de estado disse que garantir uma educação básica de qualidade para todos, incluindo os mais desfavorecidos e marginalizados é tarefa de todos, não obstante reconhecer o papel orientador do estado e das suas estruturas.

O governante, informou que nas escolas cobertas pelo projeto implementado pela CRS e financiado pelo governo Americano, houve um aumento de 16 por cento de taxas de inscrição dos alunos 80.717 em 2020 contra 93.721 em 2024. Adiantou ainda que o Programa Comunitário de Poupança e Empréstimo é uma componente muito importante daquele projeto e permite cada vez mais a capacitação financeira das comunidades na Guiné-Bissau.

A diretora regional do Catholic Relief Services (CRS), Jannifer Overton, assegurou que ao longo do projeto foram criados 569 grupos de poupança, com um total de cerca de dezasseis mil trezentos e quarenta (16340) membros entre os quais 80 por cento são mulheres e foram poupados mais de duzentos e sessenta e cinco milhões de francos (265 000.000) CFA. Acrescentou que o Programa Comunitário de Poupança e Empréstimo permitiu que os indivíduos tomassem o destino financeiro nas suas próprias mãos, promovendo a sua independência e autonomia enquanto apoiam o desenvolvimento das suas famílias.

A responsável Regional da CRS para África Ocidental disse que o programa abrange 350 escolas primárias em cinco regiões nomeadamente, Bafatá, Cacheu, Gabú Oio e Quínara, beneficiando diretamente mais de 100 mil alunos e indiretamente mais de 511.380 beneficiários das comunidade visadas às quais dá alimentação escolar e nutrição infantil.

Por seu lado, o Administrador de Setor de Bula, Brindim Sambú, disse que investir na educação é fazer um trabalho que amanhã dará uma resposta certa. Agradeceu a todos os intervenientes e parceiros que participaram na implementação daquele projeto que ajudou tanto a população das suas zonas de intervenção em saber poupar e alimentar as crianças nas escolas.

Entretanto, a Secretária Geral da Cáritas Guiné-Bissau, Ana Paulo Sanches Miranda, informou que em 2019, o departamento de agricultura dos Estados Unidos, através do “McGovern Dole Food For Education”, um programa internacional para alimentação escolar e nutrição das crianças, financiou a Catholic Relief Serviços (CRS) no valor de 17 milhões de dólares para a implantação do projeto MeREECE Melhoria de rendimento escolar e económico das comunidades educativas da Guiné-Bissau para um período de quatro anos, 01 de outubro de 2019 a 30 de setembro de 2023 e depois beneficiou de uma extensão até agosto de 2024.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb