sábado, 29 de novembro de 2025

Guiné-Bissau: PAIGC denuncia invasão à sede do partido



Sede do PAIGC, Bissau. © Neidy Ribeiro

O Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) expressou este sábado, 29 de Novembro, profunda preocupação após a invasão ilegal da sede nacional em Bissau, por grupos milicianos fortemente armados. Em entrevista à RFI, Muniro Conté, porta-voz do PAIGC, afirma que o objectivo é “introduzir armamento na sede para depois acusarem o partido de tráfico de armas”.

Muniro Conté, porta-voz do PAIGC, explica que "houve uma invasão por um grupo de homens armados, supostamente de milícias, que invadiram a sede, expulsaram o pessoal e vandalizaram os gabinetes".

O porta-voz do PAIGC, afirma o objectivo é “introduzir armas na sede para depois acusarem o partido de tráfico de armas”.

"Há essa preocupação, por parte de toda a direcção superior do PAIGC, porque em tempos corriam rumores de que estavam a tentar infiltrar armamento na nossa sede, para depois serem avançadas acusações de que estaríamos envolvido num certo tráfico de armamento. O que não corresponde à verdade", garantiu.

O PAIGC considera, em comunicado, que a invasão um acto de intolerável agressão à ordem constitucional do país, uma afronta à liberdade política e um ataque directo às instituições democráticas da Guiné-Bissau.

“Este acto consubstancia uma manifesta e intolerável violação dos princípios estruturantes do Estado de Direito”, declarou o partido, sublinhando que invasão representa uma grave ameaça à estabilidade política e à autonomia dos partidos políticos no país.

Além disso, o partido fez questão de destacar que, como uma organização legalmente constituída e reconhecida, a destruição e ocupação forçada da sua sede configuram responsabilidades civis, criminais e políticas para todos os envolvidos, sejam eles os autores materiais ou morais.

“A usurpação das instalações de um partido político legítimo não pode ser tolerada e deve ser responsabilizada”, afirmam.

Muniro Conte acrescenta que "cabe aos responsáveis [pela transição do país] tomarem as medidas necessárias para repor a ordem e permitir que o nosso pessoal retome à sede, garantindo o funcionamento pleno da instituição".

Ainda no comunicado, o partido sugere que a acção pode fazer parte de uma tentativa de desestabilização política ou de um ataque direcionado à sua legitimidade.

“É preciso questionar qual seria o interesse dos invasores em atacar a sede de um partido que, neste momento, não participa activamente nas eleições”, sugerindo que poderia tratar-se de uma “encenação recorrente” para minar a influência do PAIGC na política nacional.

rfi.fr/pt/
 

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