quinta-feira, 6 de julho de 2023

Afinal, líder do Grupo Wagner não está na Bielorrússia (e nem Lukashenko sabe bem do seu paradeiro)


Há uma semana, o presidente bielorrusso informou que o líder do Grupo Wagner tinha sido transferido para Minsk. Esta quarta-feira, Alexander Lukashenko já não tem certezas sobre o paradeiro de Yevgeny Prigozhin
Afinal, o líder do Grupo Wagner não está na Bielorrússia, tal como havia sido indicado há uma semana pelo presidente bielorruso, Alexander Lukashenko, na sequência da rebelião dos mercenários.

Esta quarta-feira, Alexander Lukashenko surpreendeu os jornalistas numa conferência de imprensa, em Minsk, quando sugeriu que Yevgney Prigozhin poderia estar na Rússia. Questionado sobre o paradeiro dos mercenários, o presidente bielorrusso indicou que os combatentes do Grupo Wagner estão nos seus "acampamentos regulares", sugerindo que os mesmos não estão na Bielorrússia.

"Em relação a Yevgeny Prigozhin, ele está em São Petersburgo. Ou talvez esta manhã ele esteja a viajar para Moscovo ou outro destino. Mas agora não está no território da Bielorrússia", informou, citado pela CNN Internacional.

De acordo com Lukashenko, a Bielorrússia disponibilizou-se para acolher os mercenários em "antigos campos militares que foram usados ​​nos tempos soviéticos, incluindo perto de Osipovichi". "Se eles concordarem", ressalvou.

"Mas o Grupo Wagner tem uma visão diferente para a sua colocação", assinalou, citado pela agência de notícias russa TASS, sem dar mais detalhes sobre esta discrepância de visões, acrescentando apenas que o assunto da recolocação dos mercenários russos ainda não está resolvida.

Perante a insistência dos jornalistas, Lukashenko limitou-se a dizer que o paradeiro dos mercenários do Grupo Wagner não é uma questão que lhe diga respeito, uma vez que se trata de uma "companhia russa".

As declarações de Lukashenko são ambíguas, não sendo possível perceber se o líder do Grupo Wagner chegou a ir para a Bielorrússia, tal como anunciado no passado dia 27 de junho, ou se ainda se encontra na Rússia após a rebelião armada dos mercenários russos em Moscovo. Mas o presidente bielorrusso deu uma certeza aos jornalistas: Prigozhin está "absolutamente livre".

Questionado sobre as armas nucleares táticas implantadas pela Rússia em Minsk, Lukashenko assegurou aos jornalistas que estas armas só foram instaladas com "propósitos defensivos", mas voltou a ameaçar o Ocidente com uma "resposta imediata" em caso de "agressão".

"Não vamos atacar ninguém com armas nucleares. Desde que não nos toquem, esqueçam as armas nucleares. Mas se cometerem uma agressão, a resposta será imediata. Os alvos já foram determinados", ameaçou, citado pela Reuters.
Kremlin garante que "não está a seguir" movimentos de Prigozhin

Entretanto, o Kremlin já reagiu às declarações de Lukashenko, assegurando que não está a rastrear os movimentos do líder do Grupo Wagner.

"Nós não seguimos os seus movimentos. Não temos nem a capacidade, nem o desejo de o fazer", frisou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, citado pela agência RIA Novosti.

Não obstante, Peskov notou que o acordo para a transferência do líder do Grupo Wagner para a Bielorrússia ainda se mantém, lembrando que esse foi precisamente um dos pressupostos que pôs fim à rebelião dos mercenários russos.

Peskov respondeu ainda ao interesse manifestado por Lukashenko para se encontrar com os responsáveis russos de modo a resolver o "tópico Wagner", adiantando apenas que não há qualquer reunião marcada nesse sentido.

Conosaba/tvi.iol.pt/

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