terça-feira, 18 de abril de 2023

Branqueamento de Capitais: CENTIF REVELA QUE GUINÉ-BISSAU PERDE CERCA DE 80 BILHÕES DE FRANCOS CFA

O presidente da Célula Nacional de Tratamento e Informação Financeira da Guiné-Bissau (CENTIF), Justino Sá, revela que de 2018 a 2020 a Guiné-Bissau perdeu mais de 80 bilhões de francos cfa em decorrência dos atos de branqueamento de capitais.

Justino Sá falava hoje, à margem de abertura de um Seminário de três dias sobre as questões de investigação financeira, acusação e condenação por branqueamento de capitais, destinado aos magistrados do Ministério Público e as forças de segurança.

Justino disse que o Estado continua a perder economias, porque o país carece de atos de responsabilização e de condenações decorrentes do branqueamento de capitais.

“Se existisse uma responsabilização, e as pessoas foram condenadas e confiscadas, esse dinheiro serviria para o Estado, mas esse dinheiro se encontra nas mãos dos supostos corruptos, se calhar esses dinheiros foram perdidos porque as pessoas não sabem como a investigação financeira é feita, mas com essa formação acredito que a sensibilidade vai mudar, porque quando a pessoa for condenada, o Estado deve retirar os bens confiscados em seu benefício, veja cerca de 80 biliões que poderiam ter ajudado na melhoria de hospitais e vários serviços de Estado, foram perdidos”, explica o presidente do CENTIF.

Em entrevista, no âmbito do mesmo ato, o Procurador-Geral da República, Edmundo Mendes, admite que o branqueamento de capitais tem incitado o aumento de outros crimes, como o tráfico de pessoas e das drogas, por isso é necessário criar sessões de formações, para que haja condenação dos crimes.

“O combate ao branqueamento de capitais não tem tido sucesso porque além de não terem meios e também não tenham uma formação adequada para perseguir os criminosos, por isso temos estado a dar essa formação para sustentar as pessoas com materiais e instrumentos capazes para dar respostas a esses crimes que de facto tem estado a lesar de formas graves o sistema judicias”, disse o Procurador-Geral da Republica.

Espera-se que com esta formação, os envolvidos terão em mãos mecanismos para que possam realizar investigações financeiras que, segundo a CENTIF, constituem um dos problemas que a Guiné-Bissau dispõe em termos da responsabilização dos crimes financeiros.

Por: Diana Vaz/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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