O Fundo das Nações para a População (UNFPA) alerta que neste ano de 2023, o mundo conta com 4,3 milhões de meninas que correm o risco de sofrerem a Mutilação Genital Feminina.
Estes dados foram divulgados, hoje, pelo Representante do Fundo das Nações Unidas para a População (UNFPA), na abertura da Mesa Redonda sobre a Mutilação Genital Feminina, organizado no quadro da Jornada do Dia Internacional de Tolerância Zero para a Mutilação Genital Feminina, cujos trabalhos se iniciou desde o dia 6 de fevereiro e com os términos para os finais deste ano e assinalada com diversas atividades.
O Representante Residente do Fundo das Nações Unidas para a População, Jocelyn Fenard, que citava as estimativas da sua própria organização, apontavam os dados do último inquérito MICS 2018-2019, que estimavam uma média nacional de 52% de meninas e mulheres entre 15 aos 49 anos distribuídas por diferentes regiões do país, já foram submetidas à prática.
“De acordo, com as estimativas do UNFPA, ainda, este ano 4,3 milhões de meninas correm o risco de sofrer a Mutilação Genital Feminina. Os dados do último MICS 2018-2019 indicaram que uma média nacional de 52% de meninas e mulheres entre 15 aos 49 anos foram submetidas à prática, distribuído por diferentes regiões: Gabu 95.8 %; Bafatá 86.9%; Quinara 58%; Oio 55%; Tombali 51%; SAB (Bissau) 31.8%; Cacheu 11.8 %; Bolama/Bijagós 9.3 % e Biombo 7.8%”, explica.
Estes números não são simplesmente aceitáveis e não reflectem os esforços e investimentos dos governos da Guiné-Bissau e dos seus parceiros”
Por sua vez a Representante do UNICEF na Guiné-Bissau, Etona Ekole, considera que os desafios da Guiné-Bissau para alcançar as metas de Objectivo do Desenvolvimento Sustentável para a eliminação da Mutilação Genital Feminina são grandes.
“Os desafios da Guiné-Bissau para alcançar as metas do objectivo do desenvolvimento sustentável para a eliminação, são grandes. Os dados mais recentes do último MICS, mostram-nos especial que a mutilação genital feminina persiste, uma em cada duas mulheres dos 15 aos 49 anos, em especial no leste do país. Constatou-se também que houve um aumento da prática em crianças menores de 5 anos a nível nacional de 16% em 2014 para 21% em 2019. Para além da análise das tendências da mutilação genital feminina no país, seria importante continuarmos a reflectir juntos sobre as determinantes e factores subjacentes aos apoia á pratica”, explica.
Já a Ministra da Mulher Família e Solidariedade Social, Maria da Conceição Évora, afirma que para para inverter esta situação, os cidadãos devem mobilizar-se em torno dos ideais plasmados na declaração universal dos direitos humano, a carta Africana dos direitos humanos e dos povos e o seu protocolo relativo aos direitos das mulheres, convenção para a eliminação de todas as formas de discriminação contra as mulheres, estabelecendo um pacto social com os propósitos de apoiar o estado e os parceiros internacionais na consciencialização dos cidadãos sobre os seus direitos e deveres face aos instrumentos nacionais e internacionais.
O Programa Conjunto do Fundo das Nações Unidas para a População UNFPA/UNICEF - Fundo das Nações Unidas para a Infância, que visa pôr fim a prática de Mutilação Genital Feminina tem contribuído nos últimos 13 anos, para eliminação da prática em muitos países incluindo a Guiné-Bissau.
Em 2022, começou-se a implementar a 4ª fase do Programa que visa reforçar e intensificar todos os esforços para a eliminação da Mutilação Genital Feminina até 2030.
Por: Bíbia Mariza Pereira/Radiosolmansi com Conosaba do Porto
Sem comentários:
Enviar um comentário