Em causa está a forma como os meios de comunicação públicos brasileiros cobriram a invasão em Brasília.
O Presidente do Brasil, Lula da Silva, demitiu por decreto a direção de todos os meios de comunicação públicos brasileiros em resultado do tratamento dado aos ataques a edifícios públicos em Brasília no dia 8.
A decisão foi tomada na sexta-feira e inclui a nomeação da jornalista Kariane Costa como presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), da qual dependem meios como a Agência Brasil, a TV Brasil, bem como rádios nacionais.
A medida implica a abertura de um processo de transição e reorganização na EBC que durará cerca de 30 dias, informou a presidência brasileira em comunicado.
A imprensa brasileira destaca que a direção desses meios de comunicação estava nas mãos de funcionários indicados pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro.
A 8 de janeiro, apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.
Fontes citadas pelo jornal Folha de São Paulo descrevem que a maior parte dos media brasileiros se referia aos apoiantes de Bolsonaro como "vândalos" ou "conspiradores golpistas", enquanto os meios públicos mantiveram o termo "manifestantes".
Outra fonte explicou que se temia uma cobertura ainda mais radical dos meios de comunicação liderados por pessoas próximas a Bolsonaro e a possível disseminação de ideias antidemocráticas ou mesmo sabotagem técnica para interromper transmissões.
No dia seguinte ao assalto aos três poderes, o telejornal da TV Brasil transmitiu declarações do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, interpretadas como provocação por políticos do Partido dos Trabalhadores (PT), no poder.
Analisadas provas recolhidas nos edifícios atacados
Entretanto, estão já a ser analisadas as provas recolhidas por dezenas de peritos nos edifícios vandalizados em Brasília.
Os indícios podem ajudar a identificar os autores e, enquanto as investigações avançam, surgem novas imagens do ataque, como as que foram recolhidas pelas câmaras de segurança do congresso que mostram o momento em que os manifestantes partem os vidros e invadem o edifício.
Conosaba/Lusa
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