quarta-feira, 5 de maio de 2021

“MENINAS GUINEENSES SÃO EXCISADAS ÀS ESCONDIDAS”



A Presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e Crianças, Fatumata Djau Baldé, denuncia que durante a pandemia da Covid 19 aumentaram significativamente os casos do casamento cedo e precoce e ainda da Mutilação Genital Feminina.

Fatumata Djau Baldé falava, hoje (05 de Maio de 2021), em entrevista exclusiva à Rádio Sol Mansi (RSM), a margem da entrega de 15 bicicletas às meninas de Bigene, norte do país, que percorrem diariamente mais de 4 quilómetros para a escola.

Fatumata disse que a Covid 19 está a ser impactante na vida das crianças do interior do país, porque, sendo que nada está a ser feito para impedir o fenómeno, os pais entendem que com o casamento das suas filhas menores vão poder ganhar mais dinheiro e arrecadar riquezas.

“Neste período da pandemia da Covid 19 descobrimos que as pessoas estão a praticar a excisão feminina às escondidas e incluindo descobrimos que as meninas estão a ser submetidas ao casamento precoce e forçado”, sustenta.

A responsável disse ainda que a fragilidade do sistema judicial da Guiné-Bissau contribui significativamente para que esta mesma prática continue a prevalecer no país.

Djau Baldé lembra que a Guiné-Bissau adoptou várias leis que combatem a para da Mutilação Genital Feminina e do casamento precoce e forçado mas que a sua implementação está aquém do desejado.

Ela lembra que as práticas seculares não são abandonadas pela “mera” existência das leis, mas “se as leis são implementadas, desencorajaria a continuidade destas práticas”.

A Presidente do Comité Nacional para o Abandono das Práticas Nefastas à Saúde da Mulher e Crianças pede que a justiça seja feita para desencorajar a justiça feita pela própria população.

“As crianças são submetidas ao casamento forçado mediante o pagamento de dotes em valores avultados, depois a criança foge do casamento e os pais não conseguem devolver os valores de dote, isso cria conflito nas comunidades”, adverte.

Apesar de adopção de várias leis, as crianças guineenses ainda são submetidas à Mutilação Genital Feminina e ao casamento cedo e forçado.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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