A guerra na Faixa de Gaza entrou nesta quarta-feira, 07 de Agosto, no décimo primeiro mês, horas depois do Hamas nomear Yahya Sinwar como chefe do movimento. Israel prometeu “eliminar” rapidamente Sinwar, considerado o cérebro do ataque de 07 de Outubro de 2023.
O Hamas anunciou esta terça-feira, 06 de Agosto, ao final do dia, que o seu chefe na Faixa de Gaza, Yahya Sinwar, tinha sido designado como novo líder político do movimento islamita palestiniano, uma semana após o assassínio em Teerão do seu antecessor, Ismail Haniyeh.
Minutos após o anúncio, como forma de assinalar a nova nomeação, diversos rockets foram disparados a partir da Faixa de Gaza em direcção a Israel.
A nomeação de Yahya Sinwar para a liderança do Hamas é considerada uma afronta para Israel. Sinwar, de 61 anos e até agora chefe do Hamas na Faixa de Gaza, é um dos homens mais procurados por Telavive, que o acusa de ser um dos mentores do ataque, sem precedentes, do Hamas a 07 de Outubro do ano passado em Israel e que resultou em cerca de 1.200 mortos e mais de duas centenas de sequestrados, segundo Israel. O Exército israelita respondeu com uma forte operação militar em Gaza que já provocou perto de 40 mil mortos e mais de 90.000 feridos, de acordo com o Ministério da Saúde do enclave, controlado pelo Hamas.
Israel prometeu "eliminar" rapidamente Yahya Sinwar, que substitui agora o chefe político do Hamas, Ismaïl Haniyeh, assassinado a 31 de Julho em Teerão.
O ministro dos Negócios Estrangeiros de Israel, Israel Katz, afirmou que a nomeação de Yahya Sinwar para a liderança do Hamas "é uma razão adicional para o eliminar rapidamente e riscar do mapa essa organização ignóbil", considerada terrorista pelos Estados Unidos, União Europeia e Israel.
Um responsável do Hamas garante que a nomeação envia uma "mensagem forte" a Israel. No mesmo sentido, também o Hezbollah mencionou uma "mensagem forte" e considerou que a escolha "confirma que o inimigo não conseguiu atingir os seus objectivos" face ao Hamas.
A guerra na Faixa de Gaza tem vindo a aumentar as tensões no Médio Oriente, entre o Irão e os seus aliados, incluindo o Hezbollah libanês, e Israel. Tensões que aumentaram após o assassínio de Ismaïl Haniyeh, atribuído a Israel, e o de Fouad Chokr, o chefe militar do Hezbollah, morto a 30 de Julho num ataque israelita perto de Beirute.
Face aos riscos de um alargamento da guerra, a comunidade internacional comprometeu-se em encontrar formas de acalmar e relançar as negociações para um cessar-fogo.
Pela primeira vez, o chefe da diplomacia norte-americana Antony Blinken pediu publicamente ao Irão e a Israel que evitassem uma "escalada" para um novo conflito militar no Médio Oriente.
Por: Cristiana Soares com AFP
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