sexta-feira, 28 de junho de 2024

Metro do Porto chegou hoje a Vila d'Este e dá viagens gratuitas no fim-de-semana


A extensão da Linha Amarela do Metro do Porto entre Santo Ovídio e Vila d'Este, em Vila Nova de Gaia, foi inaugurada esta sexta-feira, num investimento de 206,4 milhões de euros.

Com um mar de gente a acenar e a tirar fotografias das janelas de casa ou nas estações do metro, ao longo da extensão de três quilómetros da Linha Amarela do Metro do Porto entre Santo Ovídio e Vila d’Este (Vila Nova de Gaia), anunciava-se a inauguração deste troço há anos ansiado pela população.

O metro chegou esta sexta-feira, pela primeira vez, à localidade com ministros a bordo e a promessa de viagens de borla até segunda de madrugada. A nova estação Manuel Leão “esperava” engalanada ao som de música e movimentos de dançarinos, e perfumada por girassóis distribuídos pelos presentes.

“Vamos convidar os cidadãos da Área Metropolitana do Porto [AMP] a visitarem esta estação [Manuel Leão], a estação do Hospital Santos Silva, o viaduto, e nós iremos oferecer à população — será de acesso livre e gratuito — a viagem de metro entre a estação de Santo Ovídio e a estação de Vila d’Este”, assim como o regresso, avança o presidente da Metro do Porto, Tiago Braga, à margem da cerimónia inaugural na estação de Manuel Leão, a única subterrânea deste troço (com 23 metros de profundidade).

Com as viagens gratuitas até à uma da manhã de segunda-feira, são esperados milhares de utilizadores neste novo troço do metro do Porto, com uma frequência de passagem das composições de oito minutos nas horas de ponta e de dez minutos durante o resto do dia.

Inauguração da extensão da Linha Amarela (Santo Ovídio – Vila d’Este – Manuel Leão)JOSÉ COELHO/LUSA 28 junho, 2024

Esta sexta-feira fez-se a viagem inaugural pelas 10h com uma composição a circular desde a estação de Santo Ovídio até Vila d’Este, com a ministra do Ambiente e Energia, Maria da Graça Carvalho, e o ministro das Infraestruturas e Habitação, Miguel Pinto Luz, e o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues na comitiva. Além do presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, Tiago Braga, e da presidente da Comissão Diretiva do Programa Ação Climática e Sustentabilidade, Helena Pinheiro de Azevedo, entre muitos outros convidados.

A comitiva era depois esperada na estação subterrânea Manuel Leão com muita música, espetáculos de dança, com os discursos a acontecerem no anfiteatro por cima da estação de metro que servirá de cenário para eventos. As honras da cerimónia ficaram para depois, já no exterior da infraestrutura, com a ministra do Ambiente e Energia, o ministro das Infraestruturas e Habitação e o autarca de Gaia, Eduardo Vítor Rodrigues, a descerrarem a placa da Linha Amarela. Ao lado mais uma outra placa informativa sobre o objetivo principal desta obra: “mitigação das alterações climáticas e promoção da utilização do transporte público“.

O presidente da Metro do Porto já tem trabalho feito nesse sentido e contas feitas o investimento de 206,4 milhões de euros nesta empreitada — inclui já a despesa com material circulante — representa um “potencial de emissões [de dióxido de carbono] evitadas de 2.300 toneladas/ano, pela redução diária de 3.800 utilizações do transporte individual”. O investimento contou com financiamento de programas comunitários como o PO SEUR, o Portugal 2020, Fundo de Coesão e Fundo Ambiental.

O presidente da transportadora adiantou ainda que esta extensão do metro — estações de Manuel Leão, Hospital Santos Silva e Vila d’Este — trará, por ano, “mais 950 mil quilómetros produzidos comercialmente, com um potencial gerador de procura que ascende a 4,5 milhões de passageiros anuais, mais 18 mil validações diárias“. A metro do porto serve mais de 80 milhões de passageiros por ano.

Interpelado pelos jornalistas sobre se sente pressionado em relação aos prazos das empreitadas em curso na cidade — linhas Rosa, Rubi e metrobus –, Tiago Braga respondeu: “Sinto-me sempre pressionado, mas sinceramente não é pelos governantes. Sinto-me pressionado pelos cidadãos que têm as suas vidas prejudicadas por não terem acesso fácil ao seu local de trabalho, ao seu lugar de diversão ou onde estudam”.de uma cidade de uma cidade,

Para a ministra do Ambiente e Energia, esta extensão da linha “é muito superior aos quilómetros” de circulação. Maria da Graça Carvalho acredita que terá uma repercussão ainda maior, sobretudo ao nível da qualidade de vida e mobilidade dos cerca de 17 mil habitantes de Vila d’Este que “dependiam do automóvel e dos autocarros, que muitas vezes têm problemas”. Elencou ainda como mais-valias para os munícipes uma maior dignidade e poupança de tempo em deslocações.

Durante as intervenções, ambos os ministros não se escusaram a elogiar o anterior Governo de António Costa pela decisão de avançar com estas obras. Maria da Graça Carvalho assinalou não ter “qualquer dificuldade em reconhecer o mérito” da iniciativa dos antecessores, adiantando que o atual Executivo tenciona “multiplicar exemplos como este por todo o país“.

Igualmente o ministro das Infraestruturas e Habitação frisou que o Governo não tem “qualquer pejo” em inaugurar uma obra iniciada por outro Governo, sem uma “perspetiva maniqueísta da vida” em que seria necessário “refazer tudo aquilo que veio de trás”. Miguel Pinto Luz foi mais longe: “Seria no mínimo estúpido que geríssemos política pública de forma macaísta. Colocamos, acima de tudo, o interesse dos portugueses e a capacidade dos nossos concidadãos implementarem os seus projetos de felicidade”.

Já o autarca Eduardo Vítor Rodrigues realçou a “sustentabilidade financeira” desta empreitada que em boa hora vai contribuir para melhorar as condições da população. Com uma extensão de mais de três quilómetros, a empreitada arrancou em 2021 e incluiu a construção de um viaduto de 420 metros entre Santo Ovídio e Manuel Leão (estação subterrânea), um túnel de um quilómetro até à estação Hospital Santos Silva e um Parque de Material e Oficinas (PMO).

Em Santo Ovídio, a estação da Linha Amarela vai ainda ter um aceso pedonal à futura estação da Linha Rubi (Santo Ovídio – Casa da Música) e à futura estação ferroviária de Alta Velocidade, também em Santo Ovídio, cuja rotunda deverá ser transformada numa praça.

Conosaba/Lusa

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