quarta-feira, 1 de maio de 2024

MINISTRA DE JUSTIÇA RECONHECE QUE CEDEAO É UMA ZONA “PROFUNDAMENTE” AFETADA PELOS FENÓMENOS DE RADICALISMO


A ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, Maria do Céu Silva Monteiro, admitiu hoje que a CEDEAO é uma zona profundamente afectada pelos fenómenos de radicalismo e extremismo violento, e está a provocar danos incalculáveis.

“A CEDEAO [Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental] é uma zona profundamente afectada pelos fenómenos de radicalismo e extremismo violento que têm provocado milhares de mortes na população civil, deslocados internos e externos, danos materiais incalculáveis, incluindo infra-estruturas criticas”, diz a governante na abertura de um encontro de dois dias destinado a mais de três dezenas de quadros técnicos da Administração Pública, como forma de adotá-los dos conhecimentos para a detecção precoce dos sinais de radicalismo e extremismo violento, bem como mobilizar estes quadros das autoridades locais, para a promoção da paz e coesão social na Guiné-Bissau.

Maria do Céu Silva Monteiro diz por outro lado que “ a criminalidade organizada em todas as suas formas, o terrorismo, a corrupção e o branqueamento de capitais, são crescentes ameaças ao desenvolvimento, à paz e à estabilidade desta nossa sub-região, pelo que temos de estar preparados para enfrentar estas dinâmicas negativas que tendem a minar a esperança e o futuro dos povos”.

Para conter essas ameaças que segundo a ministra estão em constante evolução, e pondo em causa a base da democracia e do estado de direito, requer a máxima atenção do Estado em sinergia com atores nacionais, para censurar quaisquer sinais de iniciativa radical e extremista.

“Estas ameaças em constante evolução corroem gradualmente as bases da democracia e do Estado de Direito e, em última análise, comprometem o desenvolvimento sustentável dos países. Outrossim, a natureza global destes desafios e a sua inegáveis ramificações nacionais e internacionais, requerem a máxima atenção do Estado e as necessárias sinergias entre todos os atores nacionais com vista a censurar e repelir no nosso seio quaisquer sinais e iniciativas radicais e extremistas capaz de minar a paz e a coesão nacional”.

Alguns países da CEDEAO, nomeadamente Nigéria, Níger, Mali e Burquina Faso, estão fortemente e em constante ameaças de radicalismo e extremismo violentos por grupos de homens armados que se autoproclamam de Estado Islâmico.

A Guiné-Bissau é conhecida pela sua coesão social, caracterizada pela tolerância étnica e religiosa, tornando um exemplo da sub-região. No entanto, o presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Bubacar Turé, alerta que esta diversidade cultural, étnica e religiosa pode também representar uma ameaça à coesão nacional, se não for permanente cultivada e cuidada.

“Essas diversidades culturais e religiosas que hoje representam a nossa força e a nossa alavanca para o desenvolvimento pode também representar uma ameaça à coesão nacional se não for permanentemente cultivada e devidamente cuidada”, avisa para de seguida afirmar que “é a nossa convicção de que os quadros técnicos da Administração Pública, constituíram uma força poderosa e determinante para constituir pontes de diálogo e não entre si mas também com a sociedade em geral, tendente a prevenção e desconstrução da ideologia radicais que semeiam a discórdia e alimentam a violência na sociedade. Aliás a influência decorrente extremista e crescente fenómeno de radicalização verificada no mundo e particularmente na nossa sub-região africana, deve nos colocar em posição de alerta permanente acionando todos os mecanismos de prevenção à nossa disposição para evitar que o nosso tecido social seja afetado por fenômeno alheio à nossa tradição cultural”.

Os quadros técnicos presentes no encontro são dos Ministérios da Justiça e dos Direitos Humanos, do Interior e da Ordem Pública e da Administração Territorial e Poder Local.

Por: Braima Sigá/radiosolmansi com Conosaba do Porto

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