A Diretora Nacional do Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO), Zinaida Maria Lopes Cassamá, revelou esta quarta-feira, 06 de março de 2024, que as transações económicas e financeiras da Guiné-Bissau do ano 2022 com o resto do mundo resultaram num défice global da balança de pagamento decorrente de uma forte degradação da balança de transações correntes, evidenciando a sensibilidade da economia do país.
Zinaida Maria Lopes Cassamá falava na abertura da jornada de divulgação das contas externas do país referentes a 2022 e a cerimónia contou com as presenças de diferentes entidades, nomeadamente do setor privado, economistas, empresários e universitários.
“Os resultados que temos evidenciam a sensibilidade de uma economia ainda frágil aos choques externos, traduzindo numa clara necessidade de imprimir profundas reformas com vista a acelerar o processo de diversificação das exportações e limitar a dependência à importação dos produtos alimentares”, alertou.
A responsável do BCEAO informou que as análises dos resultados poderá ajudar o governo na definição e na orientação das políticas económicas, especialmente no que diz respeito às remessas dos imigrantes que representam uma “importante fonte de financiamento para a Guiné-Bissau”.
Por seu lado, o ministro das Finanças, Ilídio Vieira Té, reconheceu que as atividades económicas no país desaceleraram em linha com a deterioração de trocas, motivada pelo aumento mais acentuado dos preços de importações em relação ao incremento do preço a exportação da castanha de cajú.
Sublinhou que também houve forte diminuição do volume exportado e que o país registou uma considerável redução de investimento privado.
O governante informou que o crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) real situa-se em 4,2 porcento em 2022, contra 6,1 porcento registado no ano anterior.
Segundo o ministro das Finanças, a inflação média anual atingiu 7,9 porcento em 2022, comparativamente aos 3,3 porcento do ano transato.
Ilídio Vieira Té assegurou que a economia do país mantém a sua dependência na produção e exportação da castanha de cajú, tornando-se vulnerável e mais suscetível a choques externos como tem ocorrido nos últimos anos.
Defendeu, neste particular, que é imperativo que o país inverta esta trajetória, promovendo uma mudança de paradigma face ao status quo “estado atual” prevalecente, tornando indispensável traduzir na prática a necessidade de diversificação da pauta de exportação, contribuindo para o reforço do crescimento e a melhoria da pressão fiscal.
De acordo com os dados apresentados, 2022 foi marcado por um contexto macroeconómico difícil, com um aumento das pressões inflacionistas, devido às consequências do conflito russo-ucraniano e a taxa de inflação global atingiu uma média anual de 8,8 porcento, contra 4,7 em 2021.
A taxa de crescimento económico mundial situou-se em 3,5% em 2022, após 6,0% registado no ano anterior (2021).
Por: Aguinaldo Ampa
Foto: A.A
Conosaba/odemocratagb.
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