quinta-feira, 9 de novembro de 2023

"Optei pela dissolução da AR e a marcação de eleições em 10 de março"

Marcelo Rebelo de Sousa dirigiu-se hoje ao país, na sequência da crise política desencadeada pela demissão de António Costa como primeiro-ministro.

OPresidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, dirigiu-se esta quinta-feira ao país para comunicar a sua decisão de dissolver a Assembleia da República e marcar eleições antecipadas para 10 de março de 2024.

"Optei pela dissolução da Assembleia da República e a marcação de eleições em 10 de março de 2024", afirmou, desde o Palácio de Belém, em Lisboa.

No seu discurso, Marcelo Rebelo de Sousa notou o gesto de António Costa ao demitir-se, mas também "o serviço à causa pública". "Espero que o tempo permita esclarecer o sucedido", disse ainda Marcelo, agradecendo a disponibilidade de Costa para se manter no Governo.

“Fi-lo [a dissolução] por decisão própria e por inúmeras razões", fez questão de sublinhar, recordando o discurso de tomada de posse do Governo.

Marcelo justificou a convocação de eleições com a necessidade de "clareza e rumo para superar um vazio inesperado que surpreendeu os portugueses, afeiçoados a oito anos de governação", mas também com a "fraqueza" da solução proposta pelo PS, com a manutenção da mesma maioria mas com qualquer outro primeiro-ministro para tanto não legitimado politica e pessoalmente pelo voto popular".

Marcelo considerou também essencial a aprovação o Orçamento de Estado, tenda em conta que o PRR - Plano de Recuperação e Resiliência "não pode parar", acrescentando que Costa será exonerado "em inícios de dezembro".

Dirigindo-se aos portugueses, afirmou que tentou encurtar "o mais possível" o tempo de decisão, e coloca agora o ónus no povo.

Esta decisão é tomada face aos acontecimentos de terça-feira, na qual o primeiro-ministro, António Costa, apresentou a sua demissão, que foi aceite, depois de o Ministério Público ter revelado que é alvo de uma investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.

De notar que a investigação do Ministério Público levou já à demissão do primeiro-ministro e à constituição de nove arguidos, cinco dos quais detidos.

António Costa recusou a prática "de qualquer ato ilícito ou censurável" e manifestou total disponibilidade para colaborar com a justiça "em tudo o que entenda necessário", numa declaração a partir do Palácio de São Bento.

Conosaba/noticiasaominuto

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